ATA DA SEXAGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 24-8-2005.

 


Aos vinte e quatro dias do mês de agosto do ano de dois mil e cinco, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Raul Carrion, Sebastião Melo e Sofia Cavedon. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Ervino Besson, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Márcio Bins Ely, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Paulo Odone, Professor Garcia e Valdir Caetano. Na ocasião, constatada a existência de quórum, foram aprovadas as Atas da Sexagésima Primeira e Sexagésima Segunda Sessões Ordinárias e da Vigésima Sétima, Vigésima Oitava e Vigésima Nona Sessões Solenes. À MESA, foram encaminhados: pela Comissão de Educação, Cultura e Esportes, a Indicação nº 061/05 (Processo nº 4989/05); pelo Vereador Aldacir Oliboni, o Projeto de Lei do Legislativo nº 233/05 (Processo nº 4830/05) e o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 036/05 (Processo nº 4768/05); pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, o Pedido de Providências nº 1938/05 (Processo nº 5010/05); pelo Vereador Haroldo de Souza, os Pedidos de Providências nos 1915, 1930, 1931, 1932, 1933, 1934, 1935, 1936, 1937, 1941, 1942, 1943, 1944, 1945, 1946, 1947, 1948, 1949, 1950, 1951, 1952, 1953, 1954, 1955, 1956, 1957, 1958, 1959, 1960, 1961, 1962, 1963, 1964, 1965, 1966, 1967, 1968, 1969, 1970, 1971, 1972, 1973, 1974, 1975, 1976, 1977, 1978, 1979, 1980, 1981, 1991, 1992, 1993, 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 2002, 2003, 2004, 2005 e 2006/05 (Processos nos 4943, 5001, 5002, 5003, 5004, 5006, 5007, 5008, 5009, 5020, 5021, 5022, 5023, 5024, 5025, 5026, 5027, 5028, 5029, 5030, 5031, 5032, 5033, 5134, 5035, 5036, 5037, 5038, 5039, 5040, 5041, 5042, 5043, 5044, 5045, 5046, 5047, 5048, 5049, 5050, 5052, 5053, 5054, 5055, 5056, 5058, 5059, 5060, 5061, 5062, 5099, 5100, 5101, 5102, 5103, 5104, 5105, 5106, 5111, 5112, 5113, 5114 e 5115/05, respectivamente); pela Vereadora Manuela d'Ávila, os Pedidos de Providências nos 1982 e 1983/05 (Processos nos 5063 e 5064/05, respectivamente); pela Vereadora Maria Celeste, os Pedidos de Providências nos 1987, 1988 e 1989/05 (Processos nos 5092, 5093 e 5094/05, respectivamente); pela Vereadora Mônica Leal, o Projeto de Lei do Legislativo nº 236/05 (Processo nº 4928/05). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 10450399, 10453409, 10453410, 10453411, 10453412 e 10453413/05, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Também, foi apregoada a Emenda nº 01, proposta pelo Vereador José Ismael Heinen e assinada pelo Vereador Luiz Braz, Líder da Bancada do PSDB, ao Projeto de Lei do Executivo nº 065/04 (Processo nº 5789/04). Ainda, foram apregoados os seguintes Memorandos, firmados pelo Vereador Elói Guimarães, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre: de no 169/05, informando que o Vereador Ibsen Pinheiro estará representando externamente este Legislativo nos eventos “Impeachment na realidade brasileira” e “O Quarto Poder – Democracia, Estado e Imprensa”, a serem realizados, respectivamente, na Assembléia Legislativa do Estado do Ceará e no Teatro do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora – MG, no período de vinte e seis a vinte e nove de setembro do corrente; de nº 173/05, informando que a Vereadora Margarete Moraes representou externamente este Legislativo na Solenidade de Outorga da Medalha do Mérito Farroupilha, realizada no dia vinte e três de agosto do corrente, na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Edmilson Todeschini, Presidente da Associação dos Procuradores do Município de Porto Alegre. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora Rejane Assis Bicca, Presidenta da Associação dos Trabalhadores em Educação do Município de Porto Alegre – ATEMPA, que discorreu acerca da política salarial do Governo de Porto Alegre em relação aos servidores públicos municipais, cobrando o cumprimento da legislação que prevê reajustes bimestrais aos funcionários da Prefeitura. Em relação ao assunto, considerou insatisfatórias as propostas de mudanças apresentadas pelo Governo Municipal e alegou que a Lei de Responsabilidade Fiscal tem sido interpretada erroneamente pelo Executivo Municipal. Na oportunidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Neuza Canabarro, Bernardino Vendruscolo, Margarete Moraes, Luiz Braz, Clênia Maranhão, Manuela d'Ávila, Maurício Dziedricki e João Antonio Dib manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Ainda, o Senhor Presidente registrou a presença de representantes de diversos setores do funcionalismo público municipal. Às quatorze horas e trinta e quatro minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e trinta e oito minutos, constatada a existência de quórum. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Substitutivo nº 02 aposto ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 008/05, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Adeli Sell e Carlos Comassetto, o Substitutivo nº 01 aposto ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 034/05, discutido pelo Vereador Adeli Sell, os Projetos de Lei do Legislativo nos 167, 222 e 190/05, este discutido pela Vereadora Clênia Maranhão; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 192/05, discutido pelo Vereador Claudio Sebenelo, 219, 223, 224 e 225/05, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 031/05, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 003/05. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Elói Guimarães registrou o transcurso, hoje, do qüinquagésimo primeiro aniversário da morte do ex-Presidente Getúlio Vargas, mencionando homenagens realizadas em Porto Alegre, referentes à vida dessa personalidade. Nesse sentido, enalteceu a importância de Getúlio Vargas para a história brasileira, ressaltando os avanços conquistados durante seus governos em relação às leis trabalhistas e à manutenção da unidade nacional no Brasil. O Vereador João Antonio Dib homenageou a história do ex-Presidente Getúlio Vargas, frisando sua capacidade de ter sido um estadista à altura de personalidades como Winston Churchill e Franklin Roosevelt. Em relação ao assunto, procedeu à leitura de texto que circulou pela Cidade do Rio de Janeiro no dia da morte de Getúlio Vargas, de autoria do escritor Sérgio Jockymann, o qual enumerava qualidades marcantes da personalidade desse político. O Vereador Raul Carrion destacou o papel desempenhado por Getúlio Vargas durante a “Revolução de 30”, afirmando que sua ascensão ao poder foi um marco na história da modernização do Brasil e no fortalecimento da independência brasileira. Também, aplaudiu medidas nacionalistas adotadas durante os períodos em que Getúlio Vargas governou o Brasil, citando como exemplos a criação da Companhia Siderúrgica Nacional, da Companhia Vale do Rio Doce, da Eletrobrás e da Petrobrás. O Vereador Nereu D'Avila enalteceu as mudanças promovidas por Getúlio Vargas, apontando a Consolidação das Leis do Trabalho como um dos mais importantes instrumentos em favor dos trabalhadores e afirmando que Sua Senhoria, apesar de ter sua origem na classe dominante, governou para os humildes e excluídos. Ainda, lembrou que as dificuldades enfrentadas por Getúlio Vargas no final de seu Governo decorreram de pressões de alas conservadoras da sociedade, ligadas ao capital estrangeiro. O Vereador Paulo Odone contestou o pronunciamento de hoje, realizado pelo Vereador Adeli Sell, em Pauta, de crítica à Comissão de Constituição e Justiça, defendendo a atuação dos Vereadores integrantes dessa Comissão. Também, afirmou não ter liberado até o momento pareceres aos Projetos de Lei do Legislativo nos 081/01 e 187/04, por estar buscando alternativas que corrijam óbices legais e viabilizem a apresentação de posicionamento jurídico favorável a essas propostas. O Vereador Ibsen Pinheiro aludiu à passagem dos cinqüenta e um anos da morte de Getúlio Vargas, abordando o papel desempenhado por esse político na história brasileira, em especial no período em que Governou o Brasil. Nesse sentido, frisou a atualidade de idéias seguidas por Getúlio Vargas, como a necessidade de transformações sociais e de modernização do País e a valorização do poder exercido pelas forças populares no processo de desenvolvimento do país. O Vereador Luiz Braz teceu considerações acerca da figura histórica e política de Getúlio Vargas, traçando paralelo entre as gestões realizadas por esse estadista e pelo Senhor Luiz Inácio Lula da Silva no cargo de Presidente da República. Sobre o assunto, analisou principalmente aspectos relativos à liberdade partidária, à convivência com ideologias de conteúdo comunista e às ações empreendidas na investigação e no combate a casos de corrupção envolvendo órgãos públicos federais. A Vereadora Maristela Maffei criticou o trabalho do Senhor José Fogaça na direção da Prefeitura de Porto Alegre, declarando que no primeiro semestre do corrente ano não se observou a concretização de obras necessárias à conservação de áreas e equipamentos públicos. Ainda, contestou manifestações hoje efetuadas por Vereadores deste Legislativo, nas quais é debatida a administração do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva à frente do Governo Federal. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença dos Vereadores Osmar Wessler, do Partido Progressista da Câmara Municipal de Paranavaí – PR, Lademir Hübner e Romeu Paulino da Silva, respectivamente do Partido dos Trabalhadores e do Partido do Movimento Democrático Brasileiro da Câmara Municipal de Tunas – RS. Ainda, prestou esclarecimentos acerca de problemas técnicos observados no Sistema Eletrônico de Votações, referentes ao registro de presença nos microterminais dos Vereadores Claudio Sebenelo e Ervino Besson, tendo se manifestado a respeito o Vereador Ervino Besson. Em prosseguimento, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Na ocasião, o Vereador Sebastião Melo manifestou-se acerca de questionamentos feitos pela Vereadora Maristela Maffei, em Comunicação de Líder, em relação a críticas feitas por Vereadores deste Legislativo ao Partido dos Trabalhadores. Após, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Elói Guimarães, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, conforme definido em reunião realizada entre a Mesa Diretora e o Colégio de Líderes no dia vinte e dois de agosto do corrente. Em Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 019/01, considerando-se mantido o Veto Total a ele aposto, por sete votos SIM, vinte e quatro votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Haroldo de Souza, Bernardino Vendruscolo e Adeli Sell, tendo votado Sim os Vereadores Bernardino Vendruscolo, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, Luiz Braz, Maristela Meneghetti, Nereu D'Avila e Sebastião Melo, Não os Vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Neuza Canabarro, Paulo Odone, Professor Garcia, Sofia Cavedon e Valdir Caetano e tendo optado pela Abstenção o Vereador João Antonio Dib. Na oportunidade, os Vereadores Adeli Sell e Haroldo de Souza manifestaram-se acerca dos termos regimentais para formulação de Questões de Ordem pelos Senhores Vereadores, tendo o Senhor Presidente prestado esclarecimentos sobre o assunto. Em prosseguimento, foi aprovado Requerimento de autoria da Vereadora Clênia Maranhão, solicitando que o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 002/05 seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta de Comissões Permanentes. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados o Projeto de Lei do Executivo nº 048/04 e o Projeto de Resolução nº 092/05. A seguir, foram aprovados os seguintes Requerimentos: de nº 204/05 (Processo nº 4661/01 – Moção de Solidariedade aos familiares do brasileiro Jean Charles Menezes, morto por agentes da polícia londrina em vinte e dois de julho do corrente), de autoria do Vereador Raul Carrion, após ser encaminhado à votação pelo autor; de nº 203/05 (Processo nº 4635/05 – Moção de Solidariedade à Fundação “1000 Women for the Nobel Peace Prize 2005” e ao “The Norwegian Nobel Committe”, pela proposta de indicação de mil mulheres para o Nobel da Paz 2005), de autoria da Vereadora Manuela d’Ávila, após ser encaminhado à votação pelas Vereadoras Manuela d’Ávila e Maristela Maffei. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de Lei do Legislativo nos 074 e 127/05 e o Projeto de Resolução nº 052/05. Em Votação, esteve o Recurso apresentado pelo Vereador Luiz Braz, por meio do Processo nº 1339/05, referente à decisão do Presidente desta Casa, no que diz respeito à interpretação do artigo 173 do Regimento, aplicada durante a votação do Requerimento nº 146/04, em vinte e um de fevereiro de dois mil e cinco, Recurso esse que, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Luiz Braz, Carlos Comassetto, Raul Carrion e Paulo Odone, teve sua votação suspensa, em face da inexistência de quórum deliberativo. Na ocasião, em face de Questão de Ordem e manifestação formuladas pelo Vereador Paulo Odone, o Senhor Presidente prestou informações quanto ao objeto do Recurso do Vereador Luiz Braz, acima referido, e, em face de Questões de Ordem formuladas pelos Vereadores Raul Carrion, Luiz Braz e Ibsen Pinheiro, prestou informações acerca da autoria do Requerimento nº 146/04. Às dezessete horas e vinte e um minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Elói Guimarães e Luiz Braz e secretariados pelos Vereadores Nereu D’Avila e Luiz Braz. Do que eu, Nereu D’Avila, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Queremos registrar a presença do Dr. Edmilson Todeschini, Presidente da Associação dos Procuradores do Município de Porto Alegre.

Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

A Srª Rejane Assis Bicca, Diretora-Geral da Associação dos Trabalhadores em Educação do Município de Porto Alegre - ATEMPA, e Coordenadora do Fórum das Entidades, está com a palavra, para tratar de assunto relativo à política salarial dos servidores públicos municipais, pelo tempo regimental de 10 minutos.

    

A SRA. REJANE ASSIS BICCA: Inicialmente, cumprimento os Srs. Vereadores, estendendo especial felicitação ao Ver. Elói Guimarães, Presidente desta Casa Legislativa, e que também é municipário; nossos cumprimentos aos presentes no auditório, servidores municipais, colegas e companheiros de luta, prestadores dos mais nobres serviços à sociedade porto-alegrense.

Enquanto Diretora da Associação dos Trabalhadores em Educação - ATEMPA, e Coordenadora do Fórum das Entidades, registro que o pronunciamento será em representação a ambos, e enfocará as lutas comuns dessas entidades e sua relação com a política de recursos humanos adotada pelo Executivo Municipal de Porto Alegre, a qual mereceria ser considerada como a principal política desenvolvida dentro dos recursos públicos para todo Governo que realmente queira ter êxito no incremento das demais políticas públicas de seu mandato.

Afinal, quem tem a tarefa de educar as crianças, quem socorre a população usuária do SUS e dá assistência social? Quem limpa e conserva a Cidade? Quem nos abastece de água e quem arrecada os valores necessários para a manutenção das diversas atividades, fiscaliza a implementação de medidas de conservação do meio ambiente e realiza as inúmeras obras das quais a Cidade necessita? São os servidores municipais. Esses servidores esperam respeito, precisam de respeito, precisam de valorização e de serem estimulados com adequada política de pessoal que, além de remuneração digna, incentive a qualificação profissional.

É para isso que estamos aqui. Queremos o apoio dos nobres Vereadores para obter junto ao Governo Municipal o incremento de efetivo programa de valorização de nosso trabalho, atacando questões como o elevado crescimento da terceirização no Município, a necessidade de criação de um plano de carreira para os servidores e, em especial, o restabelecimento de política salarial que preserve o poder aquisitivo de nossas remunerações. Afinal, não temos reajuste de nossos vencimentos há 28 meses, e já amargamos uma defasagem que beira os 20%, calculada pelo IGP-M acumulado desde maio de 2003.

É também necessário enfocar que a legislação que estabelece a política salarial com a garantia de reajuste bimestrais se encontra em plena vigência, e está sendo respeitada por esta Casa Legislativa para o justo reajuste salarial dos seus servidores. Esperamos que o Executivo volte a cumprir a Lei, e, para tanto, precisamos contar com o apoio da Câmara de Vereadores.

Embora estejamos em processo de negociação com o Governo, as propostas até agora apresentadas não foram consideradas satisfatórias, pois não satisfazem os anseios dos municipários, uma vez que enterram a bimestralidade e não garantem a recomposição integral das perdas. Para quem está há mais de 2 anos sem qualquer reajuste a proposta de 2,42% imediatos, acrescidos de 2,09% não-cumulativos, em janeiro de 2006, é irrisória.

Também é oportuno registrar que a proposta recupera apenas 24% da defasagem salarial dos servidores, sem contar a inflação que ocorrerá entre a presente data e o mês de janeiro de 2006, quando o Governo pretende pagar a segunda parcela do reajuste.

Não aceitamos que a reposição salarial considere somente as perdas acumuladas a partir de janeiro deste ano, fazendo-nos esquecer os 20 meses transcorridos entre maio de 2003 e dezembro de 2004. Somos credores do Município de Porto Alegre e, por essa razão, não admitimos que o percentual de reajuste que porventura venha a exceder o IPC-A acumulado - como foi proposto pelo Governo, no caso da aplicação de uma fórmula baseada no comprometimento da despesa e com o gasto de pessoal - seja tratado como ganho real. Por critério de evidente justiça e de transparência da gestão pública, o percentual excedente deve ser classificado como parcial recuperação das perdas acumuladas nos anos anteriores e, portanto, reconhecido por essa Administração.

Também reivindicamos o reajuste do vale-alimentação para dez reais, que é uma das antigas bandeiras de luta dos municipários já há vários anos.

Contestamos publicamente o argumento que está servindo de escudo para o Governo justificar a falta de reajuste salarial. Temos plena convicção da necessidade do cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, e estamos cientes das conseqüências que podem advir de sua inobservância. Isso porque temos responsabilidade com o bem-estar da população e com a continuidade do serviço público. Porém, sólidos estudos jurídicos apresentados pela Associação dos Procuradores do Município e análises realizadas pelo DIEESE nos autorizam a afirmar que a referida Lei está sendo erroneamente interpretada em relação ao real limite para a concessão de reajuste aos municipários. O limite prudencial alegado pelo Governo, de 51,3%, como fator impeditivo dos reajustes, aplica-se a outras finalidades, como impedir novas nomeações e proibir aumentos reais de salários, porém não se aplica para a reposição integral das defasagens que estamos buscando. Afinal, o direito à revisão dos vencimentos com recomposição integral das perdas é norma constitucional assentada no art. 37 da Constituição Federal.

Afora a necessidade imediata da retomada do cumprimento da política salarial, este Fórum também, com a representatividade adquirida nas inúmeras atividades realizadas ao longo da sua existência - em especial a Assembléia Geral, com cerca de 4 mil servidores, que se realizou no dia 23 de junho último, e que rejeitou em uma proposta feita pelo Governo atual, e, também, um grande ato público, uma paralisação que ocorreu no dia 12 de julho e que paralisou o Centro de Porto Alegre -, com a legitimidade que essas atividades nos atribuem, registra que vai lutar com todas as energias pela preservação do direito de livre expressão política dos servidores, assim como pela sua autonomia técnica.

Não toleramos e não toleraremos qualquer exclusão ou remoção de servidores se elas estiverem contagiadas pelo desafeto político.

Com essas ponderações, o Fórum das Entidades, na condição de efetivo representante dos municipários, registrada a sua inconformidade com a demora na retomada do cumprimento da política salarial dos municipários, conclama os Srs. Vereadores a integrarem esta luta, cobrando do Governo o atendimento aos nossos direitos. Muito obrigada. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Convidamos a Srª Rejane Assis Bicca a tomar assento à Mesa.

Nós registramos a presença de funcionários e funcionárias, bem como de entidades representativas de diferentes setores da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

A Verª Neuza Canabarro está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. NEUZA CANABARRO: Srª Rejane Assis Bicca, Presidenta Diretora da Associação dos Trabalhadores em Educação do Município de Porto Alegre – ATEMPA, a Bancada do PDT quer lhe dizer que nós estamos solidários nessa luta que acompanhamos há muitos anos, porque o PDT, quando esteve na Prefeitura, com Alceu Collares, foi quem concedeu o plano de carreira e essa política salarial que não está sendo cumprida e hoje está completamente defasada.

Por essa razão, podem ter a certeza de que com a Bancada do PDT vocês podem contar. Obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Em nome do nosso Partido, o PMDB, representando aqui os Vereadores Sebastião Melo, Ibsen Pinheiro, Haroldo de Souza, também somos solidários a vocês, trabalhadores do Município, apesar de ainda não termos informações suficientes. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Margarete Moraes está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Obrigada, Presidente. Srª Rejane, sejam todos bem-vindos nesta Casa, tenho muito orgulho de falar em nome da Bancada do meu Partido – o Partido dos Trabalhadores - que sempre trabalhou muito bem, com muito diálogo, esse desafio que qualquer gestor público tem de equacionar nas relações com os servidores da Administração.

Creio que, estando na oposição agora, temos de trabalhar essa idéia sem demagogia, ao contrário do que dizia a base oposicionista nas gestões passadas.

Inclusive, diziam que a suspensão da bimestralidade era apenas falta de vontade política do nosso Governo, quando dizíamos, e compreendíamos, que havia uma suspensão temporária, e que o Município estava no limite da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Agora, eu queria resgatar o discurso do Prefeito Fogaça durante a eleição, quando ele disse que “a bimestralidade está na Lei, e temos de cumprir; havendo folga do ponto de vista da Lei de Responsabilidade Fiscal, nós vamos cumprir”.

Então, quero dizer para a Bancada situacionista que, mais do que solidariedade, do que estar junto, deveriam demonstrar isso na prática. Porque, hoje, a despesa com a folha, conforme as receitas do Município - realmente, é um dado -, está abaixo da margem prudencial indicada pela Lei de Responsabilidade Fiscal, mas essa recuperação prometida, não é a proposta. Então, considerando estar abaixo da margem prudencial, a Bancada do Partido dos Trabalhadores está, de fato, com vocês, e, se estivéssemos no Governo, certamente, estaríamos dialogando e devolvendo a bimestralidade aos funcionários municipais. Fala quem manteve a bimestralidade na Câmara Municipal de Vereadores; eu tenho bastante autoridade para dizer isto. Muito obrigada. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Luiz Braz está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, nós queremos cumprimentar a Srª Rejane Bicca, que é Presidente da Associação dos Trabalhadores em Educação aqui no Município de Porto Alegre, e dizer que, realmente, o Governo Fogaça herdou alguma coisa muito ruim do Governo passado, porque o Governo passado trabalhou inchando a folha de pagamento, colocando muitos militantes petistas para dentro da Prefeitura Municipal, através de alguns concursos que deveriam ser revistos inclusive, e, por isso mesmo, ficando o Município de Porto Alegre nos limites possíveis da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Eu acho que este trabalho, junto com os funcionários, deve ser feito no sentido de que o funcionário possa realmente ter um melhor ganho, possa melhorar as suas condições. Mas é claro que também o funcionário deve trabalhar junto com a Prefeitura Municipal no sentido de fazer com que a Prefeitura ganhe as melhores condições possíveis para atender às reivindicações dos funcionários. Mas sempre ficando claro que foi a Administração passada, nos seus 16 anos na Prefeitura Municipal, que acabou, realmente, comprometendo em demasia aquilo que realmente poderia ser feito em prol dos funcionários públicos.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu queria, em nome da Bancada do PPS, saudar a Srª Rejane Bicca, Presidente da ATEMPA, e saudar a todos que acompanham este importante debate, debate não apenas importante para os funcionários públicos do nosso Município, mas para o conjunto da nossa Cidade.

Quero dizer que é um prazer, sempre, nesta Casa, recebê-las e recebê-los; é uma tradição desta Casa ouvir as propostas dos funcionários, e isso é um elemento importante na consolidação do processo democrático do nosso Município e do nosso Parlamento.

Queria dizer que são importantes os dados trazidos aqui, e reafirmar a posição da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, que tem manifestado absoluto respeito à manifestação dos servidores municipais e prossegue trabalhando no sentido de restabelecer uma política salarial realista com a participação paritária dos servidores. Nós temos a perfeita consciência da enorme importância e responsabilidade que têm os quadros dos servidores municipais do nosso Município. Temos procurado, através de diálogos, construir uma política com transparência dentro daquilo que é permitido pelos dados financeiros que foram herdados na nossa gestão: um quadro adverso, com déficit público inclusive, que não estava expresso e nem transparente para a sociedade porto-alegrense. Queríamos dizer, também, que o diálogo estabelecido será feito dentro das realidades objetivas, como, por exemplo, o respeito à Lei de Responsabilidade Fiscal, que é uma obrigatoriedade de cumprimento do Poder Público. Mas o respeito que temos com os funcionários faz com que a prioridade do debate seja dirigida através da comissão de negociação com todas as representações de trabalhadores do nosso Município. Temos certeza de que chegaremos a um bom termo, porque o que nos rege é o processo democrático, a valorização dos funcionários e o absoluto respeito às entidades que representam o conjunto dos municipários porto-alegrenses.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Manuela D’Ávila está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. MANUELA D’ÁVILA: Caro Presidente, querida Rejane Bicca, Presidente da ATEMPA e representante do Fórum de Entidades, em primeiro lugar, eu gostaria de, antecipadamente, cumprimentar a ATEMPA, porque no dia 29 de agosto, na semana que vem, completará 41 anos, que sabemos, de bastante luta pela melhoria da qualidade do ensino e do serviço público no nosso Município.

Também gostaria de colocar que há alguns elementos que são premissas para o Partido Comunista do Brasil, nosso Partido - e falo representando a mim e ao Ver. Raul Carrion. Nós defendemos, em qualquer circunstância, o direito de organização dos trabalhadores e de debates em espaços de negociação que sejam, de fato, espaços democráticos. Nós sabemos que, hoje, a proposta da comissão paritária não é, de fato, paritária, uma vez que são sete membros do Poder Público e seis membros das entidades representantes dos municipários.

Outra questão, sobre a qual também vamos solicitar informações ao Executivo Municipal, é a problemática dos repasses atrasados que vêm sendo feitos para as associações dos servidores do Município. Sabemos que sempre foram feitos no dia 1º de cada mês, e que vêm, sistematicamente, sendo feitos 15 dias após essa data, prejudicando, portanto, o funcionamento dessas associações. Queremos colocar alguns elementos que nos preocupam - a mim, particularmente, eu não era Vereadora na Legislatura passada -, já que foi público o debate que a então oposição fazia com relação ao Governo da Frente Popular, quando diziam que os cofres da cidade de Porto Alegre estavam cheios de dinheiro e que a bimestralidade não era paga por falta de vontade política. Naquele momento o Partido Comunista do Brasil já tinha a posição, manifestada diversas vezes pelo Ver. Carrion, de que a bimestralidade era um direito adquirido com luta por esses servidores municipais, e que, portanto, nós éramos parceiros. Propusemos-nos, inclusive por diversas vezes, a mediar os debates acerca do retorno da bimestralidade para esses servidores. Por isso o nosso Partido, que defende essas estruturas e esse funcionalismo, por saber do papel do Estado e para que a sociedade tenha, de fato, os seus direitos garantidos, está junto com os servidores na luta pelo retorno efetivo da bimestralidade. Portanto, boa luta para vocês e contem com o Partido Comunista do Brasil! (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, em especial senhora Rejane Assis Bicca, Presidente da ATEMPA, que traz a esta Casa o registro e a preocupação dos servidores da Educação, em especial dos municipários, com relação à política salarial. Há de se registrar o compromisso que nós estamos assumindo aqui, enquanto Parlamento, enquanto Legislativo, neste comum acordo de, primeiramente, ouvi-los, levar suas pretensões verdadeiras para a Prefeitura Municipal, onde encontramos, na Prefeitura José Fogaça, uma boa acolhida para discutirmos quais serão os novos gatilhos salariais que os municipários necessitam, uma vez que desde 2003 não vêm sendo honrados os compromissos de equiparação enquanto valores de salários para nossos municipários - há que se fazer esse registro. Servidor mal remunerado não consegue exercer na sua plenitude as verdadeiras atribuições que tem frente aos seus atendidos. Dessa forma, a Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro vem se solidarizar e tentar, em comum acordo, junto ao Legislativo e à nossa condição, hoje, de Executivo, propor alternativas de resgate salarial e, acima de tudo, de valorização do funcionário público municipal. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente; minha cara Rejane Bicca, Presidente da ATEMPA; Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, se discursos resolvessem os problemas, nós não precisávamos mais procurar soluções, estaria tudo solucionado.

Na verdade, eu ouvi dizerem aqui que a Câmara paga bimestralidade e continua pagando. Eu devo dizer que se o Presidente de então não tivesse matematicamente provado que havia viabilidade, naquele momento, de pagar a bimestralidade para os servidores de toda a Prefeitura, hoje a Câmara não a estaria pagando. E para lembrar o que estou dizendo, no momento em que o Presidente da Câmara deu um abono de 10 mil cruzeiros para os servidores, o Prefeito Tarso Genro entrou na Justiça e derrubou os 10 mil cruzeiros.

É bom dizer que nós vivemos dificuldades. Foi falado dos recursos extraordinários que a Prefeitura tinha. E tinha mesmo, porque eu nunca vou entender que enganou os municipários, em maio de 2003, quando apresentou um volume de um bilhão e 460 milhões de arrecadação em receitas correntes, para então dizer do índice de reposição que era a bimestralidade; e, na verdade, era um bilhão e 512 milhões. Isso foi fartamente provado. A Casa não tomou as providências que deveria. Levei à tribuna, mostrei, documentei, a Comissão de Justiça aprovou, deu tudo certo. Os próprios municipários, tendo os dados na mão, também nada fizeram.

Agora, eu acho que o servidor público tem de ser respeitado, merece consideração, porque sem ele não existe administração. Os que nos antecederam por 16 anos, passaram de 17 mil e 500 servidores, entre ativos e inativos, para 26 mil. Então, fica muito difícil estabelecer condições. Agora, que precisa estabelecer plano de carreira – não como foi feito em São Paulo, que não serviu para nada -, precisa; que precisa fazer o reajuste dentro da inflação, no mínimo, precisa. Então, é preciso dialogar. Fazer discursos dando solidariedade não vai resolver nada. É preciso diálogo dos servidores, do Executivo, e se o Legislativo precisar participar, nós vamos participar também. Mas espero que se encontre, o mais rápido possível, uma solução, porque eu ouço os servidores municipais com muita freqüência e as dificuldades que enfrentam são porque os salários estão contidos desde maio de 2003, quando o Prefeito João Verle poderia, sem dúvida nenhuma, dar a bimestralidade.

Volto a dizer: não sei como é que alguém que no dia 30 de setembro tinha na rede bancária 100 milhões de reais chegou no final do ano - quando no mês de dezembro se arrecada o dobro dos outros meses - sem dinheiro, e ainda deixando dívidas para pagar. É difícil de entender. Saúde e PAZ! (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Queremos cumprimentar a Srª Rejane Assis Bicca, Diretora-Geral da Associação e Coordenadora do Fórum de Entidades, cumprimentar os servidores e servidoras, funcionários aqui presentes, bem como entidades ligadas ao Município. A Casa tem um papel institucional de decidir sobre a Lei, mas ela se coloca à disposição também, pelas suas diferentes instâncias e Comissões, em seu todo, para estabelecer um debate, uma interlocução, no sentido de atender aos interesses do funcionalismo da cidade de Porto Alegre. Desejamos êxito nesta discussão que está sendo levada. Suspendemos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h34min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães – às 14h38min): Estão reabertos os trabalhos da presente Sessão. Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. N. 0125/05 - SUBSTITUTIVO N. 02, de autoria do Ver. Adeli Sell, que cria o Conselho Municipal de Tradicionalismo Gaúcho no Município de Porto Alegre, ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 08/05, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo.

 

PROC. N. 0949/05 - SUBSTITUTIVO N. 01, que institui o Programa de Implantação de Contêineres, no manejo, guarda e recolhimento de resíduos sólidos e dá outras providências, ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 34/05, ambos de autoria do Ver. Adeli Sell. Com Emenda n. 01 ao Substitutivo.

 

PROC. N. 3341/05 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 167/05, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que institui a “Feirinha” de Artesanato na Rua Marieta Menna Barreto, na Vila Petrópolis, como evento comercial e cultural do Município.

 

PROC. N. 4125/05 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 190/05, de autoria da Ver.ª Clênia Maranhão, que proíbe o consumo de bebidas alcoólicas nas dependências de postos de gasolina, estacionamentos e similares localizados no Município. Com Emenda n. 01.

 

PROC. N. 4761/05 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 222/05, de autoria do Ver. Adeli Sell, que determina a reserva de bancos nos transportes coletivos do Município de Porto Alegre para uso exclusivo de idosos, portadores de deficiência física, gestantes e obesos.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. N. 4142/05 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 192/05, de autoria do Ver. Dr. Pinto, que institui o Campeonato Paraolímpico de Porto Alegre. Com Emenda n. 01.

 

PROC. N. 4144/05 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 031/05, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que altera a redação dos incisos III, IV e VIII do art. 21 da Lei Complementar n. 197, de 21 de março de 1989, e alterações posteriores, que institui e disciplina o Imposto sobre a transmissão “inter-vivos”, por ato oneroso, de bens imóveis e de direitos reais a eles relativos, cujo prazo de sessenta dias passa a contar após confirmada a arrematação, adjudicação ou remissão pelo magistrado. Com Emenda n. 01.

 

PROC. N. 4691/05 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 219/05, de autoria do Ver. Márcio Bins Ely, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Senhor Édison Freitas de Siqueira.

 

PROC. N. 4769/05 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 223/05, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Praça Poli Marcelino Espirito, um logradouro público não-cadastrado, localizado no Loteamento Moradas da Hípica.

 

PROC. N. 4774/05 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 224/05, de autoria da Ver.ª Mônica Leal, que denomina Rua Otávio Rodrigues de Oliveira um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Partenon.

 

PROC. N. 4775/05 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 225/05, de autoria da Ver.ª Mônica Leal, que denomina Rua José Carvalho um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Partenon.

 

PROC. N. 4807/05 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N. 03/05, que reabre o prazo para a regularização das construções clandestinas da Vila Farrapos, fixado no artigo 2º da Lei Complementar n. 469, de 10 de novembro de 2003.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, no dia de hoje, em Pauta, nós temos 12 Projetos criando leis e resoluções. Eu tenho falado, com alguma freqüência, da fúria legiferante desta Casa, e para que se tenha idéia do que acontece não só nesta Casa, mas em todo o País, o jornal Estado de São Paulo, no dia 20 de abril de 2002, fazia o editorial sobre a “Fúria Legiferante”. Treze anos e meio após, traz a matéria: “Promulgação da Constituição” (Lê.): “Para se ter uma idéia da nossa produção alucinada de regras locais, tomamos por base o período iniciado com a promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988. Temos, então, à legislação federal, 41 Emendas Constitucionais. Por coincidência, 41 é o número médio diário de normas locais” – está se referindo a São Paulo -, “legais, criadas no País; 55 Leis Complementares, 2.738 Leis Ordinárias, 6.144 Medidas Provisórias, 7.181 Decretos, 78.422 Normas Complementares, que compreendem: Portarias, Instruções, Atos Normativos, Ordens de Serviço, Pareceres Normativos, etc. Na legislação estadual, temos 1.727 Leis” – isso é São Paulo – “Ordinárias; 3.148 Decretos, 102.365 Normas Complementares. E nos municípios temos 77.336 Leis Ordinárias; 116 mil Decretos e 1 milhão, 392 mil e 8 Normas Complementares.

Indagamos, agora, como é possível, no Brasil, adotar-se um princípio jurídico segundo o qual o fato do não-conhecimento da Lei desobriga ao seu cumprimento. A resposta quem dá é o jurista Miguel Reale, quando afirma: ‘É uma ficção jurídica dizer que não se pode alegar inocência por desconhecimento da Lei’. E acrescentou: ‘O mais grave é que não é de conhecimento nem dos que deveriam conhecê-la, como os governantes e os governados mais esclarecidos, incluindo juízes e advogados’”.

Vejam, V. Exas, que o jornal Estado de São Paulo está dizendo da dificuldade que nós enfrentamos pela quantidade imensa de leis que são feitas neste País.

Vamos ao primeiro Projeto de Lei de hoje, que é uma Lei Complementar que cria um Conselho Municipal de Tradicionalismo Gaúcho no Município de Porto Alegre. O eminente e competente Dr. Cláudio Velasquez, Procurador desta Casa, disse que essa é uma atribuição do Prefeito.

No dia 2 de julho de 2005, o Ver. Adeli Sell apresentou um Substitutivo - Substitutivo nº 02 - ao Projeto de Lei do Ver. Bernardino Vendruscolo, e o Procurador desta Casa continuou dizendo que o Substitutivo também é contrário à legislação, à Lei Orgânica. Mas, no dia 2 de agosto de 2005, o Ver. Adeli Sell também apresentou um Substitutivo, o de nº 01, ao mesmo Projeto de Lei, ou seja, um mês depois de apresentar o primeiro, ele apresentou um novo Substitutivo. E o Ver. Bernardino Vendruscolo apresentou o seu Projeto no início do ano, logo no início da Legislatura, creio que em março ou abril, pois não está aqui o Projeto inicial.

Então, vejam V. Exas que a certeza da necessidade da lei é tamanha, que o mesmo Vereador apresenta dois Substitutivos num prazo de 30 dias. O autor não teve nem a possibilidade de se manifestar sobre o problema, porque já há dois Substitutivos. Como é que a população vai receber mais uma lei, quando tudo diz que ela não deveria ser transformada em lei, a não ser que fosse iniciativa de Sua Excelência, o Sr. Prefeito Municipal?

Por isso, a fúria legiferante não é só desta Casa; é do Brasil inteiro, e é por isso que nós não respeitamos as leis. Nós temos leis inócuas que prejudicam as boas leis. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, colegas Vereadoras, colegas Vereadores, eu estava ouvindo a intervenção do Ver. João Antonio Dib – e eu quero aproveitar também a presença do meu colega, amigo, Ver. Bernardino Vendruscolo, e, evidentemente, eu vou dialogar não apenas com o Vereador-Proponente do Projeto, com o qual eu tenho dialogado. Fiz um esforço muito grande para colaborar com a proposição do Ver. Bernardino Vendruscolo, que cria o Conselho Municipal de Tradicionalismo Gaúcho, até porque a CCJ colocou, como de praxe, um conjunto de senões. Eu estou tentando fazer um conjunto de correções e não sou eu, com um Substitutivo, que estou atrasando as questões aqui. Se nós temos problemas de circulação de Projetos nesta Casa, não são pelas minhas Emendas, não são pelos meus Substitutivos; não é porque fiz um Substitutivo ao Projeto do Ver. Bernardino Vendruscolo e da Verª Mônica Leal, dois Vereadores com quem eu inclusive tenho tentado dialogar sistematicamente para colaborar, para discutir. Eu não sou o autor; o autor é o Ver. Bernardino; a autora é a Verª Mônica. Ou nós não somos Vereadores na integralidade, para colaborar, para melhorar o projeto, para ajudar o nosso colega? Só porque o Projeto não tem a nossa assinatura? Não, eu divido, como eu dividi várias vezes Projetos de Lei com outros Vereadores, fazendo com que houvesse dupla ou tripla autoria. Vou continuar fazendo essa discussão.

Ontem, eu tive que fazer dois ofícios para a CCJ, porque dois Projetos meus estão mofando na CCJ desde março, na qual só podem ficar doze dias úteis, pelo nosso Regimento. Então, não me venham com esse papo de que um Substitutivo ou uma Emenda feitos depois, etc. e tal, porque nós temos Projetos aqui que tentamos pôr em votação há quatro anos, pois, quando chegam na Ordem do Dia, não são votados, porque não é consenso, porque “eu tenho dúvidas, não quero me expor, não quero brigar com o Vereador...” Não! Os meus Projetos nós votaremos neste ano! Se são contra, votem contra! É simples, se não for do agrado o meu Substitutivo, façam outro Substitutivo e ponto-final! Mas eu quero opinar, eu quero ter o direito de falar, eu quero ter o direito de votar essas coisas neste ano, já que esta Câmara tem muita morosidade. Quando eu falo, alguns colegas ficam brabos comigo! Convenhamos, nós estamos ou não estamos num processo de lentidão nas decisões desta Casa? Vão devagar, vão devagar!

Eu posso aqui fazer uma discussão sobre a CCJ, por exemplo. Nada contra o Presidente nem contra nenhum membro; agora, eu fiz as correções que a CCJ solicitou, ou seja, eu estou dialogando com a Comissão para que o meu Projeto não tenha nenhum ponto de inconstitucionalidade. Essa é a questão; por isso o Substitutivo. Eu sei que vai demorar um pouco mais, mas o prejudicado, inclusive, sou eu, autor do Projeto, no caso. Eu estou propondo inclusive a conteinerização do lixo em Porto Alegre num prazo de quatro anos, casado com uma proposição do Ver. Sebastião Melo, que propõe o fim das carroças em oito anos. Eu fiz uma Emenda para oito anos, ou seja, 25% de conteinerização do lixo por ano até completar os 100% em quatro anos, e uma regressão do número de carroças também de 25% ao ano, porque, começando com 100, chegará a zero daqui a quatro anos, ou seja, isso é pensar a Cidade em seu todo, é elaborar políticas que possam ajudar. Primeiro, quando nós temos um Pedido de Informações, perguntar não ofende; segundo, Pedido de Providência é um direito e um dever de fazer. E eu sou um Vereador propositivo por natureza; faço Emendas, aceito Emendas dos colegas, estou aqui de peito aberto para discutir qualquer proposta minha; não me escondo de votação, não saio da sala para não votar ou não me pronunciar. Minhas posições são sempre claras e transparentes, na situação, na oposição; no plenário, fora do plenário; com as galerias lotadas de ambulantes, eu mantive a minha posição, alguns nem tanto.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Ibsen Pinheiro está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, prezados colegas Vereadores, prezadas colegas Vereadoras, no que se refere à nossa Pauta de hoje, é bom lembrar que os Projetos que estão em 1ª Sessão, hoje, são cinco. Felizmente não veio nenhum Projeto de nome de rua. Quero voltar a dizer ao Ver. João Dib que Projetos de conteúdo não são problema. O problema é a existência de Projetos de nome de rua individualizados, que temos vários todos os dias, nos quais o PP é campeão. Quando os seus Vereadores vierem apresentar esses Projetos, podemos começar a trabalhar isso em bloco, como V. Exª elogiou na semana passada. Vou bater nessa tecla, porque creio que isso é que tranca a Pauta.

Quero voltar a cumprimentar o Ver. Bernardino Vendruscolo pela autoria do Projeto que cria o Conselho Municipal de Tradicionalismo Gaúcho e também pela a Emenda Substitutiva do Ver. Adeli Sell a respeito desse tema.

Hoje a cultura do gaúcho é a cultura eqüestre com a maior dimensão territorial no mundo, e nós temos um potencial fantástico através dessa cultura do gaúcho; devemos valorizá-la cada vez mais. Trazer todos os segmentos para podermos organizar e potencializar essa cultura é um importante papel que tem esta Câmara de Vereadores.

 

O Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Desculpe interrompê-lo, mas estranhei quando V. Exª disse “felizmente hoje não há nome de rua na Pauta”. Nome de rua é uma coisa importantíssima do ponto de vista de correios, cartorial, do ponto de vista cultural. Existem programas de rádio, inclusive, sobre o nome das ruas, contando a história da Cidade. Eu queria saber o porquê da questão do nome de rua, que é um excelente trabalho que a Câmara presta à sociedade.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Posso me justificar da seguinte maneira: não é com relação ao conteúdo, Ver. Sebenelo, mas sim ao método. Tenho concordado com a crítica que faz o Ver. João Dib, incessantemente, sobre os Projetos de nome de rua, do mesmo autor, individualizados – para cada nome de rua, um Projeto. Não sou contrário a esse papel dos Vereadores e da importância que ele tem, Ver. Sebenelo, mas estou ratificando, aqui, uma crítica – e elogio – que faz sempre o Ver. João Dib, e dizer que, se há um Vereador que entra no mesmo dia com dez Projetos de nome de rua, da mesma autoria, com a mesmo sistemática, estamos abrindo dez processos em separado. Isso utiliza uma dimensão estrutural da nossa Casa desnecessária, do meu ponto de vista.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Comassetto, veja que, quando insistimos numa verdade, as coisas começam a acontecer. O Ver. Oliboni foi o primeiro a fazer isso. Hoje a Mesa apregoou Projetos da Verª Mônica Leal denominando várias ruas. Eu acho que, de repente, nós vamos chegar lá.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Muito obrigado. Foi nesse sentido, Ver. Sebenelo.

Volto aqui ao tema do Projeto que cria o Conselho Municipal do Tradicionalismo Gaúcho, referenciando aqui a questão da cultura do gaúcho. Nós, no Rio Grande do Sul, temos esse potencial fantástico que é a cultura do gaúcho que não é utilizada, reconhecida, trabalhada e nem organizada com a dimensão que essa cultura tem. Ela trabalha o tema da culinária, das atividades profissionais, a relação ambiental com a dimensão do campo e a cidade, trabalha inclusive a questão da medicina relacionada às terapias, e assim vai. Como eu já disse antes, é a maior cultura eqüestre territorial do mundo. Qualquer país, qualquer outra sociedade já teria organizado esse tema para ser bem vendido, entre aspas, pelo tema turismo.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Muito obrigado, Ver. Comassetto. A cada dia que passa, mais feliz fico, porque vejo que os Vereadores, de um modo geral, se somam a essa luta que chega num momento oportuno, e acho que nós, que estamos defendendo quase que diuturnamente a cultura gaúcha, devemos conversar, sob pena de nós entrarmos com os mesmos Projetos. Mas que bom que há Projeto, pior seria se não tivéssemos. Obrigado, Ver. Comassetto.

 

O Sr. Raul Carrion: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Rapidamente, queria dizer que tenho concordância com V. Exª; alguns vêem a cultura gaúcha como algo meramente tradicionalista, atrasada; ao contrário, é uma identidade importante do nosso povo. E, no ano dos 170 anos da Revolução Farroupilha, creio que essa questão ganha mais força. Temos inclusive um Projeto nosso, hoje, na Ordem do Dia, criando, dentro da Semana Farroupilha, uma Sessão Especial, mas trataremos disso mais adiante.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Muito obrigado, Ver. Carrion. Sr. Presidente, um segundo de tolerância para a minha conclusão, por favor. Gostaria de concluir dizendo que a nossa Capital, Porto Alegre, tem, na Região Sul, hoje, uma atividade forte em relação à cultura do gaúcho. Temos, por exemplo, 5 mil animais tratados, organizados, somente em função do tema do gaúcho. Poderia discorrer sobre uma outra atividade: existe um projeto já aprovado pela UNESCO, chamado Camiño Del Gaúcho. Ele leva daqui ao sul da Argentina como um grande caminho turístico da América do Sul, do Rio Grande do Sul e dos três Países do Prata, com o tema da cultura do gaúcho na sua centralidade. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras e Srs. Vereadores, são inúmeros os Projetos de Lei que estão em tramitação nesta Casa, assim também como há um outro número significativo que já se encontra em condições de votação. Como nós estamos no período de discussão preliminar de Pauta, que é exatamente o período em que nós nos dedicamos ao debate, à construção e à avaliação dos Projetos que estão em andamento para que possamos enriquecê-los, modificá-los e adaptá-los às reais necessidades da nossa comunidade, eu vou me referir a um dos Projetos que está na fase de tramitação legislativa. É um Projeto de minha autoria, na verdade um Projeto surgido por estudo e por posicionamento de uma das mais importantes entidades do nosso Estado, uma entidade que tem hoje um amplo reconhecimento nacional: é a Fundação Tiago Gonzaga, uma entidade que se voltou à luta contra os acidentes de trânsito, uma realidade que afeta fundamentalmente a população jovem do nosso País.

Os estudos da Fundação Tiago Gonzaga, os congressos organizados por essa entidade ou em parceria com ela nos mostraram que um dos problemas que devemos enfrentar: o grande número de acidentes de trânsito no nosso Estado e no nosso Município, que têm origem em um hábito desenvolvido na nossa Cidade, que é a transformação dos espaços dos postos de gasolina em locais de encontro para consumo de bebidas alcoólicas, fundamentalmente pelos jovens motorizados. Eles saem das suas casas, vão até as lojas situadas dentro dos postos de gasolina, param os seus automóveis, consomem, durante horas, bebidas alcoólicas, fumam, fazem daquilo um point - como chama a juventude - para o seu lazer e a ingestão de bebidas alcoólicas, depois saem dirigindo seus automóveis, já tendo consumido anteriormente uma quantidade de álcool muito superior à permitida pelo Código de Trânsito, estando, portanto, em situação inadequada para a direção de um automóvel.

Essa realidade de Porto Alegre tem feito com que as sextas-feiras, os sábados e os domingos, exatamente os dias em que a juventude se aglutina mais em torno dos postos de gasolina, sejam exatamente os dias em que as estatísticas de trânsito apontam para o maior número de acidentes, inclusive de acidentes fatais que vitimam jovens de 19, 20, 21 22 anos de idade. Recentemente, uma universidade, em nosso Estado, fez uma pesquisa mostrando que em cada três pessoas envolvidas num acidente de trânsito, uma delas tinha álcool no seu sangue. O que nós queremos, então, com este Projeto - para concluir esta intervenção - é proibir o consumo de bebidas alcoólicas nas lojas dentro dos postos de gasolina.

Queremos, também, que este Projeto sirva como um estímulo ao debate e à responsabilidade do conjunto da sociedade para enfrentarmos os alarmantes índices de jovens vitimados por acidentes de trânsito no nosso Município. Esperamos debatê-lo bastante, não apenas neste Plenário, mas através de um fórum, onde estaremos organizando a participação de especialistas de vários setores para podermos dar uma contribuição, através desta Casa, à luta contra o acidente de trânsito que vitima a maioria da juventude do nosso Município.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, está hoje em Pauta um Projeto do Ver. Dr. Pinto, da nossa Bancada, nosso 1º Suplente. Este Projeto institui algo muito interessante, que é o Campeonato Paraolímpico de Porto Alegre. Já existe o Campeonato Brasileiro Paraolímpico, e já existe, inclusive, em proporções mundiais e em proporções olímpicas. O Campeonato Paraolímpico é uma forma fantástica de superação das deficiências físicas que, eventualmente, os nossos deficientes enfrentam no seu dia-a-dia, e em algumas formas de competição - sejam na área do atletismo, seja em esportes, como a natação, seja inclusive em esportes dos cadeirantes, como o basquete -, todos eles passam, resguardadas as proporções, a ter uma sensação dupla fantástica. Primeiro, pela competição. Essa competição é atraente, é inclusive filmada para o mundo inteiro e é comprada com direitos autorais, com direitos de imagem em alto valor. Em segundo lugar, esse primeiro item fica mais valorizado ainda pela superação desses atletas e dessas pessoas que, muitas vezes, com a privação dos sentidos, com a privação dos seus movimentos físicos, com a impossibilidade de competição passam a superar essas deficiências e passam a mostrar que nada é impossível aqui neste planetinha, nesta Terra. Muitas vezes aquela idéia de perfeição olímpica, aquela idéia de ginástica espartana fica superada pelas idéias de pessoas que passam a ultrapassar os limites das suas possibilidades, Ver. Haroldo de Souza, numa superação fantástica, emocionante, inclusive transformando a disputa e a competição em algo muito mais emocionante do que para aquelas pessoas que têm a sua integridade física preservada.

Com isso, nós vemos que a cidade de Porto Alegre necessita, e pode também integrar ao seu calendário, inclusive na área do turismo, na área do esporte, a questão dessa olimpíada, desse Campeonato Paraolímpico, que faz com que nós tenhamos muito mais do que uma competição esportiva, muito mais do que um espetáculo, a superação e a redenção desses deficientes físicos que superam as suas deficiências, que passam a atingir a igualdade física, mesmo sendo deficientes. Isso é alguma coisa super-humana, isso é alguma coisa emocionante, isso é alguma coisa que nos leva a ter uma crença, porque a sociedade vive dessa crença. O desaparecimento dessa crença leva o inconsciente coletivo à depressão, e, quando o inconsciente coletivo está deprimido, nós temos guerras, nós temos tragédias, nós temos desgraças sociais imensas. Quando o inconsciente coletivo tem essa crença, como nos dão crença na vida e principalmente no ser humano e suas possibilidades, esses nossos deficientes físicos num Campeonato Paraolímpico de Porto Alegre, nós começamos a ter fé, a acreditar no ser humano, na sua redenção, na sua capacidade de superação e, principalmente, na glória de mostrar ao mundo inteiro que nada é irreversível, nada é impossível, neste pequeno planeta, que, girando todos os dias, nos dá sol, nos dá calor, nos dá vida e nos dá esta alegria de viver.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Encerramos a discussão da Pauta. Solicito ao Ver. Luiz Braz que assuma a presidência, para que este Vereador possa usar o período de Liderança pelo PTB.

 

(O Ver. Luiz Braz assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Ver. Luiz Braz, na presidência dos trabalhos, nós queremos, aqui, em nome do Partido Trabalhista Brasileiro, em nome do Ver. Elias Vidal, do Ver. Maurício Dziedricki e do Ver. Alceu Brasinha, prestar, em síntese, uma homenagem póstuma à grande figura da República, o estadista Getúlio Vargas. Queremos cumprimentar aqui o Superintendente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, Sr. Ivan de Medeiros, que representa aqui o Diretório Regional do nosso Partido; e também cumprimentar o ex-Vereador, hoje Diretor-Geral da Casa, Leão de Medeiros, que representa o Diretório Metropolitano do PTB.

Eu dizia aos companheiros Vereadores e Vereadoras que coloquei aqui na lapela a bandeira do PTB. Normalmente, na Casa, aqui, no exercício da presidência, eu uso a bandeirinha, o bóton do Município, mas, hoje, permitam os Srs. Vereadores e as Sras Vereadoras que eu ostente aqui a bandeira do Partido Trabalhista Brasileiro, que muito me orgulha e orgulha a todos nós trabalhistas.

Mas hoje nós tivemos a oportunidade, na Carta-Testamento, de prestar uma homenagem póstuma ao grande Presidente Getúlio Vargas, que foi e representa uma das maiores lideranças latino-americanas.

Tivemos também na Prefeitura, na inauguração da Mostra Fotográfica, diferentes momentos da carreira do estadista Getúlio Vargas.

Também aqui, na frente do plenário, nós estamos com mostras fotográficas da vida, da história do grande estadista.

Nós queremos aqui, ao registrar esta manifestação do PTB, dizer que o dia 24 de agosto tem sido para nós, trabalhistas, um momento de grande reflexão, e, historicamente, esta vertente, o PTB, Partido Trabalhista Brasileiro, que foi criado por Vargas, tem nesta data um momento de grande reflexão na figura do imortal Presidente.

E temos dito que a história brasileira se conta até Vargas e a partir de Vargas. Vargas é exatamente um marco divisor na história brasileira. Evidentemente que em um Tempo de Liderança não se pode aqui discorrer minimamente, mas é a partir de 1930, e sai daí a Revolução de 30, que Vargas assume o poder e desencadeia um processo de desenvolvimento do País, abrindo a industrialização, implantando a siderurgia nacional, a Petrobrás, concebe para os trabalhadores, para a Nação, a legislação trabalhista. Alguns governos já passados tentam tocar na legislação trabalhista; e se nós examinarmos a história no campo laboral, no campo dos trabalhadores, vamos ver que muito pouco se fez - se é que se fez -, depois de Vargas, para os trabalhadores, que ainda se sustentam na velha CLT, que foi a grande concepção, o grande direito trabalhista assegurado à Nação.

Portanto, esta é a nossa homenagem ao Presidente Getúlio Vargas; ele é uma fonte inesgotável, não só de inspiração, mas de modelo, de paradigma para a vida pública brasileira. Ele concebeu tantos valores no campo da ética, no campo da moral. Ele, enfim, abriu este País, e é bom que seja citado, dentre vários aspectos, um dos fatores pouco destacado de Vargas: ele faz a unidade nacional, porque quando assume, em 1930, a Federação e seus Estados eram frouxos; e aí foi necessário que um homem do porte, da estatura ética e moral de Vargas exatamente reafirmasse o princípio da unidade nacional. Também é ele, sim, que, de certa forma, unifica a Federação Brasileira.

Portanto, fica aqui a homenagem do nosso Partido; faço-a em nome do Vereadores da nossa Bancada, em nome dos nossos Diretório Regional e Diretório Metropolitano. Portanto, é o registro do Partido Trabalhista Brasileira à figura maior da nacionalidade, figura maior latino-americana, sim, porque concebeu para o País, nos seus mais diferentes aspectos, uma herança fantástica, que muitos, é bom que se diga hoje aqui, Presidentes querem tocar, até já se falou em terminar-se a Era Vargas! E por aí se vai. Então, Getúlio continua sendo do nosso Partido de ofício, é nosso dever sempre de defendê-lo e para a Nação é uma fonte permanente de inspiração e busca de valores para recarregarmos as nossas forças para o encaminhamento deste País no rumo do seu desenvolvimento, na justiça social, como eram os postulados sustentados por Vargas. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, há 51 anos Getúlio Vargas nos deixava. Nesse tempo, o mundo tinha Churchill e Roosevelt; e Getúlio conseguia ser um estadista. Hoje nós temos Tony Blair e George Bush. No mesmo dia da morte de Getúlio, poucas horas depois, nas ruas da cidade circulava um impresso maravilhoso de Sérgio Jockymann, que eu faço questão de ler (Lê.): “Há um homem pelas ruas. Muitos estiveram junto dele, e não o viram. Muitos tocaram suas mãos e não o sentiram. Muitos desejaram suas palavras, mas não o ouviram. Muitos juram que ele não existe, mas há um homem pelas ruas. Ele estava na frente do povo na terça-feira. Ele subiu também as escadas, comandando a revolta. Ele rompeu as portas, ele destruiu e queimou junto com o povo. Muitos falavam no seu nome, mas ninguém o viu. Quando muitos choravam, eram dele as palavras de consolo. Só ele sabia que a revolta também era um pranto. Só ele sabia que aquele povo que depredou e destruiu estava apenas à procura de justiça.

Há um homem pelas ruas. Um homem que sabe que foi melhor trocar fogo e destruição por sangue e sacrifício. Onde estava ele? Andou pelas favelas do Recife, pelas ruas estreitas de São Luiz, pelo asfalto do Rio, pelos arranha-céus de São Paulo, pelas ruas de Porto Alegre. Quando o povo recuava diante dos fuzis e das baionetas, ele sorria. Há um homem pelas ruas que não teme metralhadoras, que não teme fuzis, que não teme baionetas.

Ele estava na mira de todas as armas, mas inatingível para todas elas. Passou com um sorriso pelos tanques, e com um sorriso tocou o cano das metralhadoras. Detiveram o povo com fileiras de soldados, mas ele passou incólume por elas. Há um homem pelas ruas que não poderá mais ser detido com exércitos. Há um homem pelas ruas que não poderá mais ser preso ou sacrificado. Cautela com ele. Ele deverá votar em todas as urnas do Brasil. Mesa por mesa, secção por secção. Seus votos se multiplicarão, e são uma garantia de vitória. Há um homem pelas ruas, que vai ser o mais votado do Brasil. Embora as leis eleitorais o proíbam, ele será candidato milhares de vezes, para milhares de postos. Seu nome figura nas listas dos candidatos à Assembléia Legislativa, mas também nas listas de candidatos à Câmara Federal.

Ele é candidato a todas as cadeiras do Senado, a todos os governos estaduais do Brasil. Não há máquina política, nem publicidade ciclópica que o possa vencer. Há um homem pelas ruas que vai transformar as eleições de outubro. Os que o conhecem dizem seu nome com devoção, e não há propaganda que possa mais que esse sentimento. Há um homem pelas ruas, acima das leis, acima dos regulamentos. Ele vai despertar um por um daqueles que um dia ouviram seu nome. E muitos daqueles que desgostaram seu nome passarão a venerar a sua memória. Nenhum cabo eleitoral distribuirá tantas cédulas quanto ele. Entre ricos e pobres, entre homens e mulheres, entre jovens e velhos, estará o seu nome. Ainda existirá alguém que o persiga.

Mas por mais que procure, por mais que busque e investigue, não o encontrará. Cerrarão as portas, e assim mesmo ele entrará. Deixarão guardas, mas assim mesmo ele passará. Dirão e escreverão que ele não é bom, mas ninguém acreditará. E durante muitos anos, aqueles que veneram o seu nome terão o poder e a glória. Muitos baterão no peito e dirão: ‘Eu fui seu amigo’. Mas ele desvendará as intenções e todos os seus saberão que aqueles mentem. Embora ele sorria, os seus inimigos tremerão. Ele deitou a confusão entre os que o procuravam e combatiam. E quando disseram: ‘Ele não mais existe’, ele os destruiu. Há um homem pelas ruas. Muitos poderão falar e aconselhar, pedir e admoestar, mas só ele poderá dar ou tirar a ordem e a tranqüilidade. Não há bala que o atinja, não já calúnia que o fira. Virão novos presidentes, mas ele será o único existente.

Muitas vidas passarão, mas ele não perecerá. Há um homem pelas ruas além da vida, além da morte, além do tempo. Há homem que descerrará os portões dos quartéis e sem uma palavra desarmará as mãos que se ergueram contra ele. Há um homem pelas ruas mais forte que exércitos, mais forte que leis, mais forte que partidos, mais forte que laços de sangue, que sentimentos de pátria. Chamava-se Getulio Dornelles Vargas, hoje não se chama mais. Pode ter errado, pode ter caído, não uma, mas várias vezes, pode ter feito tudo o que dizem, tudo o que ainda dirão, mas nada disso importará. Há um homem pelas ruas que se chamava Getulio Dornelles Vargas, mas hoje não se chama mais. Os que procuram um nome poderão dizer que ele é: revolta, justiça, ideal, ação ou qualquer outra palavra. Mas embora podendo ser tudo que dizem, na verdade não o é. Os que o adoram, os que simpatizam com ele, os que o lamentam, os que se apiedam dele não o vão recordar por ter sido Getulio Dornelles Vargas, não por ter sido Presidente do Brasil, não por ter sido chefe de partido, não por ter sido líder de qualquer coisa, mas simplesmente por ter sido um homem. Há um homem pelas ruas... mais forte que o tempo, mais forte que a vida. Um homem que se chamou Getulio Dornelles Vargas, mas que hoje não se chama mais. Chama-se apenas: um homem.”

Essas palavras foram escritas, talvez, com a maior emoção, em poucas horas, e foram impressas e distribuídas nesta Cidade, naquele fatídico dia 24 de agosto de 1954, pelo Jornalista Sérgio Jockyman, e com isso o meu Partido homenageia Getulio Vargas. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Ver. Elói Guimarães reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo. Ver. Elói Guimarães, demais Vereadores, Vereadoras e todos que nos assistem aqui e também em suas casas pela TVCâmara, nós queremos, em nome da Liderança do Partido Comunista do Brasil, PCdoB, em meu nome e em nome da Verª Manuela D’Ávila, trazer, também, a nossa homenagem à passagem dos 51 anos da morte do grande estadista nacional, Getulio Vargas.

Getulio Vargas representou uma liderança da inconclusa, que levou ao fim a inconclusa revolução burguesa no nosso Brasil, que se pode dizer que iniciou com a Abolição da Escravatura e concluiu com a Revolução de 30 que, evidentemente, pelas própria limitações da burguesia nacional brasileira, deixa incompleta uma série de tarefas que seriam tradicionalmente resolvidas pela revolução burguesa, como é o caso da reforma agrária, como é o caso da verdadeira independência nacional. Mas, sem dúvida, Getulio é um marco na modernização do País e na mudança da correlação de forças no poder central do País até 30, dominado pelas oligarquias, principalmente grandes proprietárias dos nossos Estados e onde a verdadeira Nação brasileira ainda estava por construir. Não é por acaso que Getulio, Ver. Ismael, em uma das suas primeiras medidas, após a Revolução de 30, mandou queimar as bandeiras dos Estados, para tentar forjar, nesse cadinho, um projeto nacional.

Dentro dessa visão, Getulio Vargas deixou a sua marca através de grandes construções. Foi ele, meu Presidente Elói Guimarães, que criou a Companhia Siderúrgica Nacional. Ele que criou o Conselho Nacional do Petróleo, que criou a fábrica nacional de motores. A Companhia Siderúrgica Nacional, negociada no contexto da 2ª Guerra Mundial, com a contrapartida o apoio brasileiro aos Estados Unidos. Com Getulio Vargas, a luta pela Petrobras tem o seu espaço, e ela é criada, assim como a Eletrobrás e a Vale do Rio Doce. É no Governo de Getúlio, com uma grande visão histórica, que ele se antecipa às grandes lutas operárias que cresciam e cria diversos direitos trabalhistas que serão consolidados em 1943, na CLT. Com ele surge a Justiça do Trabalho, a Justiça Eleitoral. Portanto, independentemente de divergências, independentemente de que Getúlio também foi responsável por um período autoritário, que é o chamado Estado Novo, em que os comunistas foram perseguidos, mortos e torturados, independentemente disso, numa visão histórica, é necessário dizer que Getúlio Vargas simboliza o primeiro projeto de nação que este País teve. E não é por acaso que, com a era neoliberal, Ver. Oliboni, diversas dessas conquistas são jogadas fora. A Vale do Rio Doce foi privatizada, a Companhia Siderúrgica Nacional foi privatizada, a Petrobras estava para ser privatizada, e só foi impedida a sua privatização pela vitória do campo popular nas últimas eleições presidenciais. É também com a tentativa do fim da chamada Era Vargas que o projeto neoliberal investiu contra os direitos dos trabalhadores. Por isso, ao rememorarmos o 24 de agosto, ao rememorarmos o ataque que as forças de direita obscurantistas fizeram contra Getúlio Vargas, e é bom relembrar, Ver. Dr. Goulart, Líder do PDT, que Vargas foi atacado também pela acusação de corrupção, de estatização, de que um mar de lama corria sob o Catete, sempre essa disputa entre os dois projetos - o projeto de Nação e o projeto entreguista - teve sempre por trás um discurso moralista, um discurso das elites reacionárias, as mais corruptas do nosso País, que levantam a bandeira da moralidade, na verdade para atacar as transformações sociais. Não vou ter tempo, Ver. Dr. Goulart, de ler aqui, a carta, ou trechos da carta de Vargas. Mas, se lêssemos os trechos da carta de Vargas, estaríamos vendo muita similitude com o momento atual, quando se tenta enfrentar a dominação do capital internacional, quando se tenta enfrentar o ataque das oligarquias, e novamente essas forças obscurantistas investem contra o governo popular.

Concluo dizendo da satisfação do Partido Comunista do Brasil em homenagear Getúlio Vargas, não a pessoa, mas o projeto de Nação que ele significou e que nós continuamos perseguindo, Verª Neuza Canabarro, porque este Brasil um dia será soberano, um dia será livre, um dia será mais democrático e mais justo. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, Elói Guimarães; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, o Líder da Bancada do PDT, Ver. Dr. Goulart, incumbiu-me de transmitir o pensamento da Bancada, por ocasião do transcurso dos 51 anos da morte de Getúlio Vargas. Queremos dizer que nós não estamos comemorando a morte, até porque ninguém comemora a morte. No caso do Dr. Getúlio Vargas estamos comemorando a sua vida.

Vejam o que o destino reserva aos brasileiros: Getúlio, pertencente às classes dominantes, Ver. Luiz Braz, com posse de terras, ele e sua família, no Município de São Borja - portanto, um homem que poderia caracterizar-se como das elites - foi ao governo, mercê de uma revolução, a de 1930, e governou para os excluídos. Não se valeu de sua condição de descendência da aristocracia rural do Rio Grande para beneficiar as elites. Mas vejam o que reservou a história para o Brasil: um outro, que agora está na Presidência e que, exatamente ao contrário da pirâmide social, adveio das classes mais humildes, instalou-se no Governo não só para governar para as elites, como por elas ser dominado. E na Carta Testamento, que é uma denúncia acerca do poder econômico - na época falava-se em trustes - hoje representado pelo FMI, foi exatamente os que combateram Getúlio, que, quando eleito, em 1950, fazia o Brasil emergir para uma nova potência através da criação da Petrobras, em 1953, da Eletrobrás, da Companhia Siderúrgica Nacional, e que legislava desde a década de 40, porque a Consolidação das Leis do Trabalho é de 1941, e Getúlio Vargas sempre voltou seus olhos para isso. Tanto que, senhoras e senhores Vereadores, eu repito: a Consolidação das Leis do Trabalho é de 1941, e até hoje não se fez nada melhor no Brasil do que a CLT, pelo contrário, muitas foram as iniciativas para retirar da Consolidação das Leis do Trabalho os direitos adquiridos pelos trabalhadores brasileiros. De modo que hoje, 51 anos após a morte do grande brasileiro, estamos comemorando a sua vida, a sua obra, a sua dedicação aos brasileiros e brasileiras mais humildes deste País. Finalmente, quando levado ao poder, em 1950, pelo voto popular, aí mesmo que foi o seu derradeiro compromisso com as forças mais progressistas da Nação, e exatamente mercê da oposição de reacionários da época, comandados por uma figura sinistra que ficou no lixo da história, chamado Carlos Lacerda, que pensavam que iam retirar Vargas do poder para humilhá-lo. Falou-se em mar de lama, atribuíram coisas a seus assessores, mas ele disse: “Daqui não me retirarão” - falando do Catete -, “daqui só sairei morto”. E saiu morto, e deixou a Carta Testamento, que é uma denúncia - isso em 1954, no século passado -; denúncia de que o conservadorismo, as forças aliadas ao capital estrangeiro tornaram insuportável a presença de alguém que estava identificado com o novo nacionalismo brasileiro que era: governar para o Brasil e para os brasileiros. Esse foi Getúlio! E nas diversas nuances daqueles que o sucedem, daqueles que pensam como ele, seja no Partido Trabalhista Brasileiro - há pouco ouvimos a palavra do Ver. Elói Guimarães -, seja no Partido do Movimento Democrático Brasileiro, porque, afinal, brasileiros ilustres existem em todos os Partidos, mas aqueles que se identificam com as idéias de Getúlio, hoje, mais do que nunca, estão ali a prantear a sua ausência, a prantear o seu esforço de fazer um Brasil cada vez mais para os brasileiros. Por isso que nós do PDT, fiéis seguidores da sua obra e do seu legado, nos unimos, hoje, em praça pública, com a presença do Presidente Nacional do PDT, Carlos Lupi; com o Secretário-Geral, Manoel Dias; e todas as lideranças estaduais do Partido, num ato, à uma hora da tarde, em torno da Carta Testamento, que tem tanta qualidade; tanto quanto foi a sua virulência para denunciar os exploradores e os mancomunados com os exploradores quando foi redigida em 1954. E o que finalizou a Carta Testamento serve, exatamente, hoje, como uma luva para aquilo que ali está escrito. Getúlio, ao final disse: “Saio serenamente da vida pública para entrar na história”. E que história! Hoje, 51 anos depois, Partidos díspares, mas com grande presença no cenário nacional e regional, vêm unanimemente para dizer que o que Getúlio fez por todos os brasileiros jamais será olvidado. E nós, particularmente, do Partido Democrático Trabalhista, aqui nos somamos como uma Bancada uníssona que não só segue, mas procura fazer, procura traduzir em atos políticos aquilo que ficou para sempre escrito na Carta Testamento. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Paulo Odone está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PAULO ODONE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, tomei conhecimento - estava atendendo um ex-Vereador em meu gabinete - da manifestação do Ver. Adeli Sell em relação à sua insatisfação com alguns Projetos que estariam com problema de tramitação na Comissão de Constituição e Justiça.

Quero me referir diretamente ao Vereador e a todos os Vereadores do plenário para manifestar o seguinte: imediatamente, contatei com o Ver. Adeli Sell, para lhe dizer, primeiro, que eu tenho muito orgulho de pertencer à Comissão de Constituição e Justiça, da qual sou Vice-Presidente, e na qual tenho tentado me desincumbir das minhas funções de membro da melhor maneira possível. E percebo nos meus companheiros de Comissão, também, o mesmo esforço de manter a Comissão absolutamente em dia com o seu processamento - e nisto, o Ver. Ibsen Pinheiro tem insistido, publicamente conosco, nas Sessões. E, além disso, na Comissão mesmo, às vezes, com algum desagrado dos Srs. Vereadores, às vezes com alguma falta de simpatia pelo gesto, nós temos valorizado institucionalmente o papel que tem de ter a Comissão de Constituição e Justiça, às vezes, infelizmente, tendo que dar um parecer concluindo pela existência de óbices à tramitação, ora pelo Projeto contrariar a Constituição ou por ter problemas jurídicos legais que não lhe permitam a tramitação.

Com base nisso, a mim foram distribuídos dois Projetos que são de autoria do Ver. Adeli Sell, a quem comuniquei, há pouco, em plenário. Um deles recebeu o Parecer favorável do Ver. Márcio Bins Ely e o voto contrário de todos os outros membros da Comissão. Esse Projeto foi a mim redistribuído, agora, antes do recesso. E eu tive, para fazer o relato, portanto, do voto vencido, o relato dos votos vencedores, pela existência de óbices. Trata-se de um Projeto do Vereador instituindo duas feiras de disco vinil em Porto Alegre. E a Procuradoria da Casa entendeu pela inconstitucionalidade de três artigos, porque eles interferiam na Administração. Portanto, teria vício de origem.

Eu estava com os Pareceres prontos para relatar, quando me ocorreu tentar fazer o que fizemos outras vezes: salvar o Projeto, quem sabe, mediante uma Emenda. E eu não queria fazer isso, Ver. Todeschini, sem ver, primeiro, da viabilidade de a nossa Comissão, pois já está na fase de eu relatar uma decisão contrária, já votada, apenas fazer o relato contrário; e, segundo, saber se, tecnicamente, nós poderíamos superar isso com a apresentação de uma Emenda de um relator designado para fazer um voto contrário, dando voto sim; e, terceiro, superado isso, tecnicamente, sem poder conversar com o Vereador autor, Adeli Sell, para fazer isso.

Eu assumo a responsabilidade pela demora desse andamento, pois, ainda na semana passada, conversei com o Presidente da Comissão, Ver. Ibsen, para dizer que se tratava de uma situação um pouco inusitada, mas que eu tinha vontade de apresentar as Emendas e salvar o Projeto, só que nós teríamos de votar novamente de forma contrária ao que já havia sido decidido.

Nesses dois Projetos, essa foi a única demora que eu tenho de Projetos que estão em carga para mim para serem relatados. E eu não quero que a Comissão de Constituição e Justiça fique com esse ônus, pois eu sou a primeira testemunha de que ela tem dado - e isso tem sido presenciado pelo Ver. Todeschini, pelo Ver. Ibsen, que a preside, e por todos os outros - o máximo esforço para se manter em dia, embora haja grande quantidade de Projetos oriundos desta Legislatura e a grande quantidade de Projetos que foram desarquivados da Legislatura passada.

Então, sobre esses dois Projetos, eu quero dizer aos meus colegas de Comissão e aos demais Vereadores que essa responsabilidade é minha, e que isso só foi ocasionado pelo esforço de inovar e salvar a tramitação de um Projeto de um Vereador. E eu estarei, amanhã, entregando, em mãos, na Comissão, uma solução que possa ser tomada coletivamente na terça-feira. Eu devo dar essa explicação aos meus companheiros da Câmara e aos meus companheiros de Comissão, para dizer que lá, na Comissão, eu não vi nenhuma demora; pelo contrário, eu vi interesse em dar andamento aos Projetos. Mas, às vezes, há o interesse de salvar a tramitação de um Projeto, como nesses casos aqui, que acabam ocasionando uma demora.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Ibsen Pinheiro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. IBSEN PINHEIRO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, venho trazer a homenagem do PMDB à memória, à história de Getúlio Vargas. Recebi essa incumbência do nosso Líder, Ver. Sebastião Melo, para falar em nome do Ver. Haroldo de Souza, do Ver. Bernardino Vendruscolo, e expressar aqui o sentimento do nosso Partido nesses 51 anos que hoje se completam da morte de Getúlio Vargas. O nosso Partido se encontra na mesma vertente das forças populares que historicamente têm-se comprometido com as transformações em nosso País. Diria mesmo que é uma singular unanimidade que hoje cerca o nome de Vargas, uma singular unanimidade.

Embora o seu temperamento ameno e afável, Getúlio não foi um homem de todas as posições e, logo, afeito a agradar a todos os lados do espectro político ou social. Ao contrário, Getúlio foi homem de posições, de posições firmes na palavra suave que sabia expressar. Um homem que, já na juventude, na sua São Borja natal, seguindo os passos de seu pai, o Gen. Vargas, um dos fundadores do Partido Republicano Rio-Grandense, se inscreveu na linha do movimento liderado por esse Partido e que se comprometera com a República e com as transformações sociais, herdeiro, desde já, na década de 20, dos ideais tenentistas que buscavam também a modernização do nosso País e o rompimento com a estagnação da República Velha, que não teve as qualidades do Segundo Império e que não trouxe o Brasil à modernidade da República.

Getúlio se fez chefe de uma revolução e venceu, como disse na carta que deixou ao povo brasileiro; nunca foi homem da unanimidade, mas sempre foi das maiorias. Não das maiorias políticas que se formam às vezes, eventualmente, numa casa parlamentar, mas das maiorias sofridas, para quem ele, filho das elites oligárquicas, de uma aristocracia rural, já agora em fase de extinção, pôde ser como tantos, como César, patrício, também o porta-voz dos melhores interesses da plebe - assim foi Getúlio. Em 1930, o modernizador do nosso País. Eu não me considero um getulista no sentido afetivo da palavra, um torcedor de Getúlio, mas me considero, pelo menos, Ver. Dib, nós que somos coetâneos praticamente nesta Casa, um getulista tardio, por uma percepção posterior do seu papel no nosso País. E essa percepção ainda se tornou mais forte no próprio 24 de agosto de 1954, em que o jovem jornalista que eu era - adolescente, devo dizer aos mais apressados, ao jornalista adolescente que eu era -, que atravessou aquela madrugada grudado no rádio para produzir a manchete do seu jornal, que registrava, antes o Golpe sobre Getúlio, às 8 da manhã, o suicídio.

Então, Sr. Presidente, quando o nosso Partido vem trazer a Getúlio Vargas a sua homenagem, trazemos um resgate da sua história pela sua atualidade.

Alguns apressados, Sr. Presidente, decretaram o fim do “varguismo”. Se trata-se esta matéria como uma questão afetiva de torcida, o fim ocorreu a 24 de agosto de 1954, mas se julga-se a prospecção e a projeção da vida de um homem público na fecundidade do seu trabalho e da sua obra, nada é mais atual do que Getúlio. Nada é mais atual que Vargas e o seu compromisso histórico!

Getúlio aceitou o desafio na sua São Borja natal - permitam-me uma carona, também a minha São Borja natal -, aceitou o desafio de concorrer em 1950, dizendo: “Se esse é o vosso desejo, levai-me convosco.” E, ao subir as escadarias do Catete, vejam a profundidade e o conteúdo, Verª Manuela, jovem comunista desta Casa: “Trabalhadores do Brasil” - disse Vargas – “hoje estais no poder, amanhã sereis o poder”. E Getúlio encerrou, lá em São Borja também, a campanha de 50, e encerrou com palavras proféticas e poéticas, porque ele era também um poeta da palavra. E disse ele na sua pequena São Borja de então, em 1950: “Trago nas vestes a poeira da longa caminhada; nos olhos, trago a visão panorâmica da Pátria; e, nos ouvidos, a ressonância da voz dos oprimidos”. Lembrei César aqui, e quero lembrar Marco Antônio, no esquife de César: “Como ele, que outro haverá?” (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente Ver. Elói Guimarães, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, entre os discursos que eu ouvi, hoje à tarde, com relação à Era Vargas, ouvi um que faz uma comparação entre Vargas e Lula, dizendo que eles são mais ou menos iguais, porque, afinal de contas, eles foram acusados pelas forças contrárias de serem responsáveis por um mar de lama que escorria por sobre o Palácio. Eu quero dizer, Ver. Elói Guimarães, é que, com relação a quem fez essa afirmação, eu acredito que desconheça um pouco da história, porque, se formos verificar, um dos grandes inimigos de Vargas, um dos maiores inimigos de Vargas, um dos mais radicais, na verdade, era o comunismo. Em 1932, com a Intentona Comunista, tivemos 31 pessoas barbaramente assassinadas pelos comunistas – foi a Intentona Comunista! E hoje, que eu saiba, os comunistas estão ligados ao Governo de Lula. Então, acredito que é a primeira grande diferença entre a Era Vargas e o Governo Lula. Um era inimigo dos comunistas – os comunistas eram inimigos dele, queriam matá-lo, queriam depô-lo – e o outro, agora, é amigo dos comunistas; uma, pelo menos, grande diferença entre Vargas e Lula.

Se formos observar os noticiários que saem e se formos comparar com noticiários daquela época, vamos ver também que dificilmente, Ver. Nereu D'Avila – até porque naquela época não existia ainda a caminhonete Land Rover –, aqueles que eram assessores de Vargas iriam aceitar uma Land Rover, assim como aceitam os petistas, agora, para fazer o jogo daqueles que são os donos do capital. E eu achei que fosse só o Silvinho que gostasse da Land Rover! Mas estou vendo agora, pelo noticiário e pela entrevista dada ontem pela CPI dos Bingos, que são vários os petistas que aceitam presentes, como uma Land Rover, Ver. Haroldo de Souza, para favorecer os donos do capital. E está aqui um deles, Ivan Guimarães, um ex-diretor do Banco Popular (Mostra o documento.) que, entre os presentes que recebeu, foi uma Land Rover. Mas quando foi descoberto que esse cara era um corrupto, Ver. Dr. Goulart, ele simplesmente foi retirado do Banco e foi para algumas outras empresas favorecidas por capital estatal, para receber 8 mil reais em uma; 10 mil reais na outra; e 18 mil reais na outra. Ele está ganhando, na verdade, 36 mil reais; um corrupto que foi retirado do Banco Popular porque foi flagrado em plena corrupção e simplesmente colocado em algumas outras empresas para receber 36 mil reais! Então eu acho que comparar hoje – Ver. Elói Guimarães, V. Exª que foi o primeiro Vereador a vir aqui comentar, secundado pelo Ver. João Dib – Getúlio Vargas com o Lula da Silva é um achincalhe para o nosso grande Getúlio Vargas. Getúlio Vargas foi um homem que marcou o seu século, um homem que teve a coragem de propor e fazer várias transformações dentro da nossa sociedade. Ele enfrentou as oligarquias, não teve medo de sacrificar sua própria vida para tentar fazer as modificações necessárias para que a nossa sociedade pudesse ser uma sociedade melhor. Jamais ouvimos falar que Vargas se locupletasse daquilo que era do Estado, daquilo que era do povo para fazer a sua riqueza ou a riqueza dos seus. Agora, aqui, temos um Governo que se está locupletando da coisa pública para fazer a sua riqueza e a riqueza dos seus. Portanto, nenhuma comparação pode ser feita entre Lula e Vargas; são duas pessoas completamente diferentes dentro da história. Um, um grande estadista que merece ser reverenciado por todos nós; o outro, um homem que enganou a população brasileira, e que por isso mesmo merece ser punido por tudo aquilo que fez. Eu acredito que ainda não foi punido suficientemente apenas porque faltam opções dentro da Nação brasileira no momento atual. Mas, com certeza absoluta, esta reverência que nós fazemos à Era Vargas, essa quase idolatria que a população tem com referência a Vargas, realmente não pode-se confundir com o que está acontecendo no momento atual com o Governo Lula. Porque este, realmente, é um período que nós temos que apagar da nossa memória, apagar da nossa história, porque afinal de contas é alguma coisa que está fazendo muito mal a todos os brasileiros.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu quero cumprimentar e registrar a presença do Ver. Osmar Wessler, do Partido Progressista de Paranavaí, Paraná.

A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, nós temos andado bastante pela cidade de Porto Alegre - e digo isso com muito tristeza -, e temos visto o quanto a nossa Cidade está triste. Passando pelos corredores de ônibus, dá vontade de chorar ao ver a deterioração daquilo que foi construído pelos moradores e moradoras da nossa Porto Alegre, Ver. Antonio Dib. Quando não existe um trabalho planejado, uma rotina, é como uma casa: se não cuidada, se não organizada, vira um lixo, desconstituí. Infelizmente, demonstra que, além de não ter uma rotina, há também grande incompetência. É de chorar ver-se a deterioração dos nossos corredores e das paradas de ônibus. É um lixo o que nós estamos vendo hoje. Aquela que foi considerada a cidade exemplo internacionalmente, hoje começa a demonstrar uma cara suja, feia, que não tem nada de contemplativo e que também não tem nada de participativo. Apenas quando há uma denúncia, há uma correria para aquele foco ou para outro foco.

Nós não estamos gostando disso, porque isso não faz bem a ninguém. A falta de organização administrativa e de um olhar político daqueles que vinham para reorganizar a nossa Cidade demonstra apenas onde está sendo arrumado.

Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, todas as questões que nós debatemos nesta Casa são, e nós continuamos dizendo, fundamentais, porque todo o debate é válido. Tem gente que vem aqui neste microfone ou no microfone de apartes e fica divagando como se só o seu falar fosse legítimo; o resto é retórica, não serve para a Cidade. Ora, vou repetir: Partido é parte, e todos nós representamos as nossas partes.

Às vezes seria bom, como dizia a atual bancada situacionista, dar uma olhada para a nossa Cidade, para as coisas cotidianas também - Ver. Sebastião Melo, o “corregedor” da Casa, com todo o respeito -, e começarmos a trabalhar. Olharmos, sim, as questões nacionais; olharmos, sim, as isenções estaduais, as suas conseqüências, como, por exemplo, o que houve com o nosso grande industriário Gerdau, que ajudou muitas pessoas aqui nesta Casa. É só clicar no site e ver - claro, tudo legalmente, como foram as minhas contas. Imaginem só, o Gerdau e outros têm uma isenção tributária altíssima, e é um dos maiores doadores e apoiadores aqui desta Casa. E me parece que, moralmente, não há nenhum problema. Como diz no Direito - não é, Vereadores formados em advocacia? Eu sou uma mera acadêmica -, tu podes ter a presunção de inocência, mas a sanção moral às vezes destrói a pessoa, e depois isso não é reparado, como aconteceu no Caso Diógenes. O Diógenes foi absolvido em absolutamente todas as acusações. O que saiu na imprensa? Deste tamanhinho! Aliás, que coisa impressionante! Tem cada analogia bufa que a gente ouve, aqui, que chega a dar dó no coração, dó! De pessoas que nunca tiveram compromisso ideológico, que saltaram de Partidos de galho em galho, que não compreendem a dor de quem é sério, porque nunca foram sérios, nunca tiveram compromisso nenhum com a Pátria, com a soberania, com a Nação. Traidores de um projeto sério.

E quando nós dizemos que repudiamos, nós repudiamos mesmo! Agora, vir aqui como paladino, com um discurso barato, pobre! Nem na sua área de Direito consegue ser um bom profissional! Profissional desqualificado! Desleal! Tem que desconstituir! Mas nós vamos continuar lutando pela soberania deste País, lutando pela superação daqueles que não souberam honrar um compromisso, como é o nosso, de Nação, e lutando e dizendo, aqui, que nós nunca quisemos ser “pai de pobres e mãe de ricos”; nós sempre quisemos e vamos continuar lutando por uma Nação, por um Estado, por um Município que tenha razão de ser. E essa razão de ser é a nossa luta do cotidiano. Muito obrigada!

(Revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Registramos a presença do Ver. Lademir Hübner, Presidente do PT de Tunas. Também presente o Ver. Romeu Paulino da Silva, do PMDB de Tunas. Sintam-se como se nas suas Casas Legislativas se encontrassem.

Agora, ingressaremos na Ordem do Dia. Solicito abertura do painel eletrônico, e convido os Srs. Vereadores e Vereadoras a registrarem suas presenças.

O Ver. Claudio Sebenelo, não é de hoje, não consegue, há uma pane no seu terminal do painel eletrônico, e ele não consegue confirmar a sua presença. Eu vou pedir aos serviços técnicos da Casa que examinem isso.

O Ver. Ervino Besson também está com problema.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sim, Sr. Presidente, o terminal está com problema.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, em nome da boa relação entre os Vereadores nesta Casa, a Verª Líder do PT, a qual nós respeitamos e por quem temos um carinho muito especial, declinou da tribuna fazendo uma verdadeira ofensa aos advogados, dizendo que há pessoas que são advogados, que vão à tribuna, que são desqualificados e não têm sucesso nas suas profissões... Como deste Plenário fazem parte muitos advogados, seria bom que ela declinasse, então, até para que os advogados ou advogadas que ela queira atingir possam ter o legítimo direito da democracia, do bom contraditório. Era isso que eu queria registrar, porque eu acho que eu, pelo menos, quando faço alguma acusação... Não sei se a acusação foi feita contra mim ou contra qualquer outro advogado, mas eu acho que é bom identificar, porque eu acho que a gente cresce, nesse debate, quando a gente trata do campo das idéias.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Está claro o requerimento de Vossa Excelência.

Conforme acordo de Lideranças, reunidos no fórum das segundas-feiras, às 11 horas, ficou deliberada uma ordem de votação para que seja votado em primeiro lugar o Veto Total ao PLCL nº 019/01; depois o Requerimento s/nº, de autoria da Verª Clênia Maranhão; o PLE nº 048/04; o PR nº 092/05; o Requerimento nº 204/05; o Requerimento nº 203/05; o PLL nº 074/05; PLL n º 127/05; o PR nº 052/05 e o Recurso, apresentado pelo Ver. Luiz Braz. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

VOTAÇÃO NOMINAL

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 3290/01 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 019/01, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que dá nova redação ao inciso IX do art. 70 da Lei Complementar n.º 7, de 7 de dezembro de 1973, e alterações posteriores, que institui e disciplina os tributos de competência do Município.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Marcelo Danéris: pela manutenção do Veto Total;

- da CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela manutenção do Veto Total;

- da CEDECONDH. Relator Ver. Cláudio Sebenelo: pela rejeição do Veto Total;

- da COSMAM. Relator Ver. Almerindo Filho: pela manutenção do Veto Total.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- o Projeto retorna a Ordem do Dia tendo em vista aprovação do Recurso, em 01/08/05- Proc. N. 6044/03.

 

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.

- Trigésimo dia: 16-10-03 (quinta-feira).

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o PLCL nº 019/01, com Veto Total. (Pausa.) O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para encaminhar a votação.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Vereadores e Vereadoras, querido Ver. Dr. Goulart, Dr. Sebenelo, este Projeto é de interesse da área em que Vossas Excelências atuam, área sobre a qual todos sobem para cá seguidamente e vêm falar que a Saúde é um caso de polícia. E realmente é! O cidadão pobre, os que não têm condições de chegar até os contratos médicos, que dependem do SUS, eles enfrentam dificuldades realmente terríveis, dificuldades desumanas, para serem atendidos. E eu peço, neste Projeto, a isenção de IPTU para os portadores de AIDS e tumores malignos que têm tratamento caríssimo, a AIDS então nem se fala! Eles têm dificuldades para encontrar os medicamentos na rede pública de saúde; não encontram, mas não encontram mesmo! E aí nós recebemos o Veto do Exmo. Sr. ex-Prefeito João Verle, e agora o que estou sentido é que a Casa vai manter o Veto Total. Estou aqui, na última esperança, pedindo a vocês que pensem um pouquinho: liberar do IPTU os portadores de AIDS e tumores malignos. Se todos os senhores sabem o que custa um tratamento de câncer; se todos os Srs. Vereadores e as Sras. Vereadoras sabem quanto custa o tratamento da AIDS, eu tenho certeza de que vocês vão votar “sim”. Se votarem ao contrário, parece-me um interesse outro.  

A saúde está acima de tudo para o ser humano, e, quando o Sistema de Saúde - quer do Governo Nacional, do Governo Estadual ou Municipal - não atende às necessidades desse povo, é preciso que nós, por aqui, tentemos tirar alguma coisinha dos cofres que deveriam estar abarrotados, porque este é um País que, em todos os níveis - nacional, estadual, municipal - é o campeão na cobrança de impostos. É ou não é? Quem concorda com o Imposto de Renda? Quem concorda com a CPMF? Se formos enumerar todas as siglas dos descontos que o brasileiro enfrenta no seu dia-a-dia, vamos, realmente, chegar à conclusão que este é um País que não tem compromisso nenhum com o social e com pessoas que realmente precisam ser ajudadas.

Querida Vereadora, ex-presidente da Casa, Margarete Moraes, poderia vir comigo nessa: liberar o IPTU? O Prefeito não é mais o João Verle; agora é o Fogaça. Que o Fogaça faça o sacrifício e que esse Veto, ao chegar lá... Sabem como é? Derrubemos o Veto aqui! E o Prefeito Fogaça que nos dê a assistência em torno dos aidéticos e portadores de tumores malignos em Porto Alegre!

Mas como é que, por exemplo, o Ver. Todeschini é contra? Ele poderia ter sido contra no ano passado, porque o Prefeito era o Verle; hoje, acho que não! Não temos de olhar para o quadrado, para a fotografia política, mas, sim, para o lado social. Então, é um apelo que faço a todos vocês. Acho que mantendo esse Veto Total do Executivo, estaremos tirando um pouquinho de condições daqueles que, infelizmente, pelas leis da natureza e pelos desígnios de Deus, têm esse mal danado, que é qualquer tumor maligno ou a AIDS.

Verª Manuela, fantástica Vereadora que desponta para a política nacional: como entender que se vai negar isenção de IPTU para quem tem tumor maligno ou AIDS em nossa Cidade, sem que o Governo, nem em nível nacional, estadual e municipal, atenda com dignidade esses seres humanos? Para os que estiverem comigo, muito obrigado; e para aqueles que não estiverem comigo nessa empreitada, eu tenho a dizer que isto é profundamente lamentável, cidadão.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Eu vou usar mais cinco minutos em defesa deste meu Projeto, porque eu sou daqueles que não gosto de falar muito. Eu gosto de falar realmente só o essencial. Estou vendo lá o meu querido Ver. Ervino Besson. Ervino, como não isentar o IPTU de portadores de tumores malignos e da AIDS? Por quê? Eu não sei! Esqueçam de Partidos! E vocês, que votaram no caso... Então, esqueçam de Partidos. Não, eu só queria encaminhar aqui, não vou usar cinco minutos.

 

O SR. ADELI SELL (Questão de Ordem): É intempestiva a intervenção do Vereador. Não é uma Questão de Ordem; ele está usando indevidamente e está rasgando o nosso Regimento, como sistematicamente o Ver. Haroldo faz, rasga o Regimento e nada acontece nesta Casa!

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, não será, nesta Casa, o Sr. Adeli Sell que dirá para mim de que maneira ou não eu devo me comportar aqui! Será, indiscutivelmente, no meu entendimento, o último a ter moral para falar comigo dessa maneira!

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Procede a Questão de Ordem do Ver. Adeli Sell.

O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL nº 019/01, com Veto Total.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, independente da pressão dos Vereadores neste momento, eu pediria que entendessem também a posição do Ver. Haroldo, não tirando também a razão do Ver. Adeli.

O Ver. Haroldo, preocupado com seu Projeto e sabendo da importância, quando pleiteia este Projeto, sabe das dificuldades e das carências que temos na área da Saúde nos níveis municipal, estadual e federal.

Venho rapidamente para dizer que vou votar juntamente com o Ver. Haroldo, porque todos sabemos das dificuldades e das carências na Saúde. Voto favorável ao Projeto do Ver. Haroldo e pela derrubada do Veto.

Solicito aos Vereadores que entendam a preocupação do Ver. Haroldo, mas temos de fazer o registro também daquilo que o Ver. Adeli aqui deixou: temos de respeitar o Regimento.

Sabemos o quanto é necessário dar uma atenção maior aos doentes, pobres, que não recebem cobertura da Saúde no Município, no Estado e no País. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar a votação do PLCL nº 019/01, com Veto Total.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, cidadãos de Porto Alegre, telespectadores, esta é uma Casa onde se discutem idéias, onde se fiscaliza o Executivo, onde as pessoas têm de ter opinião, e há uma regra à qual, dentro da divergência, devemos obedecer, que é o Regimento.

Não será o Ver. Haroldo que, no grito... Quando se irrita, sai do plenário; quando não gosta da Comissão, como foi na Comissão de Educação, onde temos, praticamente, uma unanimidade sobre os encaminhamentos, foge do plenário e não vem para o debate.

Eu estou falando, Ver. Haroldo – V. Exª fique quietinho –, não dei aparte a V. Exª Sou um homem que respeita os outros, mas, no grito e no empurrão, ninguém leva nada aqui dentro; aqui se leva no voto; meu voto vale tanto quanto o seu, e no grito ninguém vai levar!

Demagogia também tem hora. Nós temos o Sistema Único de Saúde, que garante às pessoas atendimento universal. Nós temos a Farmácia Pública do Estado, que tem obrigação de garantir os remédios para tratamentos permanentes e para tratamentos prolongados. Se as pessoas não estão tendo esse atendimento, nós temos o direito de ir à Justiça; nós podemos utilizar, inclusive, o serviço público gratuito do Estado para pegar um advogado, entrar no Ministério Público, na Promotoria e, com uma liminar, sermos atendidos. Isso é feito, inclusive, com sistematicidade.

Nós não podemos isentar uma pessoa que tem uma doença, por mais grave que seja, de IPTU, de ISS, de ITBI, seja lá o que for. Por quê? Em primeiro lugar, o atendimento à saúde, como reza a Constituição, é universal, é um direito de todos e um dever do Estado! Como nós vamos poder isentar uma pessoa que tem uma doença, se essa pessoa tem plano de saúde, paga cash, em caixa, com dinheiro, o seu médico, e, enquanto isso, nas filas, na periferia, as pessoas não têm médicos, como na Restinga? Nós não podemos aceitar isso, porque falta dinheiro na Prefeitura! Perguntaram ao Secretário Cristiano Tatsch como é que ele vai pagar os funcionários públicos? Perguntaram ao Secretário da Fazenda, Cristiano Tatsch, como ele vai conseguir colocar dinheiro para o Dr. Pedro Gus resolver os problemas da Saúde? Não foi aqui o próprio Secretário Pedro Gus que colocou as dificuldades? Aqui fala um Vereador de oposição responsável; não é por que mudou o Governo que eu vou mudar de opinião. Era assim no Governo passado. Não era possível, é inconstitucional, está errado. É demagógico quando o PT está no Governo; é demagógico quando o Fogaça está no Governo! É a mesma coisa! Não adianta vir fazer chantagem! Não adianta esbravejar na rádio; não adianta falar para as platéias para receber palmas, quando nós não temos condições de fazer isso. Há pessoas que estão doentes, sim, mas têm condições de pagar IPTU, têm condições de ter plano de saúde. Enquanto isso, nós temos que nos preocupar com o povo pobre da Restinga, que não tem médico. Eu disse, eu voto, Ver. Dr. Goulart - chega o Projeto aqui de difícil acesso - estou com V. Exª, estou com o Ver. Sebenelo, que são médicos, que sabem onde é que o calo aperta, sabem qual é o problema da Restinga, sabem qual é o problema da Lomba do Pinheiro, Verª Maristela, sabem onde é que falta médico, meu caro Ver. Comassetto. Então, nós estamos com a consciência tranqüila ao virmos aqui e nos opormos a este Projeto e vamos dar sustentação ao Veto. Daríamos o nosso voto, no ano passado, como demos ao Governo de João Verle, como vamos dar o nosso voto a José Fogaça; agora, porque é impossível implementar essa política, porque ela é equivocada, demagógica, ajuda a pessoas, inclusive, que têm condições de pagar, enquanto os pobres não têm atendimento médico. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação nominal o PLCL nº 019/01, com Veto Total. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO o Projeto por 7 votos SIM, 24 votos NÃO, 1 ABSTENÇÃO. Está mantido o Veto.

 

VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. s/n.  (Ver.ª Clênia Maranhão) – requer Regime de Urgência para o Processo n. 4737/05 -  PLCE 02/05, que institui Área de Interesse Cultural – AIC (MZ 08, UEU 052, subunidade 04) em gleba localizada na Estrada João de Oliveira Remião n. 9735.  (incluído em 22-08-05)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação Requerimento s/nº, de autoria da Verª Clênia Maranhão, que requer Regime de Urgência para o Processo nº 4737/05, PLCE nº 002/05. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 5264/04 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 048/04, que declara de utilidade pública a “Associação Comunitária Crescendo Juntos”.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Sebastião Melo: pela aprovação do Projeto;

- da CEDECONDH. Relatora Ver.ª Maria Celeste: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 17-08-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLE nº 048/04. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 2819/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 092/05, de autoria do Ver. Adeli Sell, que concede o título honorífico de Líder Comunitário ao Senhor José de Vargas.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Manuela d'Ávila: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 15-08-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PR nº 092/05. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. N. 204/05 – (Proc. N. 4661/05 – Ver. Raul Carrion) – requer Moção de Solidariedade aos familiares do brasileiro Jean Charles Menezes, executado no dia 22 de julho de 2005, na Inglaterra, por agentes da polícia londrina. (incluído em 04-08-05)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento nº 204/05, de autoria do Ver. Raul Carrion. (Pausa.) O Ver. Raul Carrion está com a palavra para encaminhar a votação.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo. Ver. Elói Guimarães, demais Vereadores e Vereadoras, esta Moção foi feita no dia 26 de agosto, assinada por quase 30 Vereadores dos mais variados Partidos, mostrando que é um tema não de A, B, tal corrente política ou ideológica, mas uma tomada de posição desta Casa diante de um fato não-corriqueiro, de alta gravidade, que foi o assassinato de um brasileiro em Londres, cujas condições foram encobertas pela polícia londrina. Esse brasileiro, inocente, foi morto com oito tiros, pelo menos sete deles na cabeça, caracterizando uma execução. Num primeiro momento, a polícia londrina alegou que esse cidadão brasileiro era suspeito, estava com uma jaqueta que poderia encobrir uma bomba, que saltou a catraca, que correu para o trem, que recebeu a ordem de parar e não atendeu e que o sistema de vídeo, meu Presidente, estava sem funcionar. Aos poucos, os dados foram mostrando que essa versão era insustentável, e, finalmente, ficou comprovado não somente que o sistema de vídeo estava funcionando, como que esse brasileiro estava até com roupas leves, que não poderiam encobrir nada, caminhara normalmente, tomara um jornal desses gratuitos, sentara no trem e aí fora abordado e executado. Evidentemente, Verª Manuela, que se fosse um louro de olhos azuis, dificilmente isso teria ocorrido, mas ele era um brasileiro, “pêlo duro” como se diz - não é, Brasinha? -, e suspeito por ser estrangeiro. Quem conhece a história, Ver. Dib, e conhece como os povos coloniais, os povos dependentes eram tratados pelas grandes potências européias – e a Inglaterra foi um País exemplar, no mau sentido – podemos entender esse preconceito.

Temos hoje, no jornal Correio do Povo um interessante Editorial tratando dessa questão, e o editorialista fala que países como a Espanha e Estados Unidos, Verª Mônica, que assina também esta Moção, tiveram situações traumáticas com atentados terroristas – os quais todos nós não aprovamos e repudiamos -, mas em nenhum País chegou a haver uma ocorrência desse tipo.

A nossa Moção, apesar da nossa indignação, não é sequer de repúdio, Ver. Dib - para garantir o seu voto, pois sei que V. Exª não vota moções de repúdio -, nós estamos fazendo uma Moção de Solidariedade aos familiares do Jean Charles de Menezes, e solicitamos que esta Moção, uma vez aprovada, seja encaminhada aos familiares, ao Presidente da República, ao Ministro de Relações Exteriores, aos Presidentes do Senado e da Câmara de Deputados, aos Líderes das Bancadas partidárias, ao Presidente do Supremo Tribunal Federal e à Embaixada da Inglaterra em nosso País.

Eu creio que é justo, Ver. Dib, que nessa hora os familiares recebam essa visão e eu acho que a Câmara, Ver. Brasinha, mostrará que está sintonizada com o sentimento de revolta do nosso povo simples, que vê um compatriota ser massacrado num país onde está trabalhando, onde está dedicando até a sua vida, nesse caso.

Então, eu espero que o conjunto desta Casa apóie e dê o seu voto em solidariedade à família do Jean Charles Menezes. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento n.º 204/05. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. N. 203/05 – (Proc. n. 4635/05 – Ver.ª Manuela d'Ávila) – requer Moção de Solidariedade à Fundação 1000 Women for the Nobel Peace Prize 2005 e ao The Norwegian Nobel Committe pela indicação de “1000 Women for the Nobel Peace Prize – Mil Mulheres para o Nobel da Paz 2005” (incluído em 08-08-05)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento n.º 203/05, de autoria da Ver. Manuela D’Ávila. (Pausa.) A Verª Manuela D’Ávila está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de sua autoria.

 

A SRA. MANUELA D’ÁVILA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, o nosso gabinete não tem se dedicado a fazer uso das Moções, mas, eventualmente, quando existem fatos que realmente são importantes e sobre os quais nós acreditamos que devemos nos manifestar, quando são fatos de extrema relevância para a luta dos movimentos sociais, para a luta das mulheres do nosso País, nós, então, propomos Moções, como é o caso desta Moção de Solidariedade à Fundação 1.000 Mulheres para o Prêmio Nobel da Paz em 2005.

O que é essa Fundação e por que compreendemos que isso é importante? Foram indicadas para concorrer a uma vaga 1.000 mulheres de 153 países, de todos os continentes. Mulheres artistas, mulheres camponesas, mulheres trabalhadoras da cidade, professoras, intelectuais, jovens, educadoras, enfim, mulheres que constroem a paz com os seus mecanismos, com as suas armas de construção da paz, com o saber, com a arte, com a dedicação às causas mais nobres da igualdade entre os homens e as mulheres.

Por isso, nosso País, o Brasil, é o terceiro país com mais indicações - dentre as 1.000 mulheres, Ver. Elói Guimarães, 52 são brasileiras. Nós perdemos apenas para a China e para a Índia, nas indicações. O nosso Estado e a nossa Capital devem-se orgulhar muito porque, dentre essas 52 indicações do nosso País, está a Desembargadora Maria Berenice Dias, que todos conhecemos e sabemos da sua incansável luta para que todos sejamos, de fato, iguais, não apenas na Lei, Ver. João Carlos Nedel, mas no uso, na vivência dos nossos direitos no dia-a-dia. E essas 52 brasileiras que compõem a lista das 1.000 Mulheres pelo Prêmio Nobel da Paz de 2005 são 52 mulheres que constroem a paz em todos os Estados do nosso País, durante todos os dias. Esse movimento das mulheres pela paz surgiu em 2002, no dia 08 de março, na Palestina, proposto por uma palestina e uma judia. Ou seja, dois símbolos da luta pela emancipação dos povos, mostrando, mais uma vez, que esse não é um prêmio que estamos propondo, mas, sim, a nossa solidariedade à luta dessas 1.000 mulheres, Ver. João Antonio Dib, não apenas porque são 1.000 mulheres indicadas ao Nobel da Paz, mas porque são 1.000 mulheres que sabem que não adianta sermos mulheres, mas que temos de lutar todos os dias para viver num mundo de justiça social, num mundo onde a igualdade realmente exista. São mulheres de todas as organizações que têm as mais diferentes crenças, que pertencem aos mais diferentes movimentos sociais, aos mais diferentes Partidos, mas são 52 brasileiras, mulheres que lutam e que constroem a paz, que estão na lista dentre essas 1.000. Por isso, nós achamos que esse é um fato em favor do qual devemos apresentar uma Moção de Solidariedade por compreendermos que já é hora de as mulheres receberem o Nobel da Paz. E, para isso, portanto, acreditamos que seja correta a indicação desse número de mulheres, para que 1.000 mulheres - e, assim, todas nós estejamos representadas - possam ser meritoriamente condecoradas com o Nobel por construírem a paz em seus países e no nosso País. Muito obrigada. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 203/05, de autoria da Verª Manuela D’Ávila.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, Verª Manuela, companheira, Líder da Bancada do PCdoB, eu quero dizer que fico muito feliz por V. Exª apresentar esse Requerimento. A nossa Bancada vai votar favoravelmente ao Requerimento, por unanimidade, porque uma das mulheres indicadas, Vereadores e Vereadoras Manuela, Maria Celeste, Margarete, Sofia, Neuza, Maristela Meneghetti, é a nossa Deputada Federal Luci Choinacki, que foi autora de um Projeto aprovado há sete anos, concedendo o direito à aposentadoria à mulher dona-de-casa agricultora, que já estão recebendo esse benefício, pois essas são mulheres que envelhecem fazendo o trabalho doméstico, que contribuem com a Nação, mas que, quando chegam ao final de suas vidas, não têm nem o reconhecimento do seu trabalho.

Neste momento, nós temos essa nova luta que é a aposentadoria da dona-de-casa urbana. Hoje, aqui nesta Casa, temos o apoio de mais Vereadoras e Vereadores em relação a esse Projeto; Projeto esse que não é apenas de uma pessoa, mas, sim, de todos nós, e com o qual nós nos somamos. Isso já está previsto lá na Constituição Federal, e nós, agora, lutamos por sua regulamentação. Eu quero aproveitar, Verª Manuela, em razão da apresentação de tão digno Requerimento, para dizer que o dia 26 de agosto, sexta-feira, é o Dia Nacional de Coleta de Assinaturas para essa causa justa.

A inclusão do nome da nossa Deputada Luci Choinacki, dentre tantas outras mulheres - uma agricultora, uma colona que nasceu em Cachoeirinha e que, hoje, é Deputada Federal, representando o Estado de Santa Catarina -, só enobrece e engrandece o Requerimento apresentado por Vossa Excelência. Muito obrigada e parabéns, camarada.

(Revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento nº 203/05, de autoria da Verª Manuela D’Ávila. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 1507/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 074/05, de autoria do Ver. Raul Carrion, que altera a Lei n. 7.791, de 27 de maio de 1996, que denomina Rua Emilio Dimari um logradouro irregular, corrigindo a denominação do bairro para Belém Novo.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Elias Vidal: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Sofia Cavedon: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 08-08-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLL nº 074/05, de autoria do Ver. Raul Carrion. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 2693/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 127/05, de autoria da Ver.ª Neuza Canabarro, que declara o ano de 2008 como o Ano da Arte.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CECE. Relatora Ver.ª Manuela d'Ávila: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 17-08-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLL nº 127/05, de autoria da Verª Neuza Canabarro. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 0309/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 052/05, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que concede o troféu Honra ao Mérito à Companhia Zaffari Comércio e Indústria.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 15-08-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PR nº 052/05, de autoria do Ver. Nereu D’Avila. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor, relator e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 1339/05 – RECURSO – Apresentado pelo Ver. Luiz Braz quanto à decisão do Presidente desta Casa no que diz respeito à interpretação do art. 173 do Regimento, aplicada durante a votação do Requerimento n. 146/04, em 21 de fevereiro de 2005.

Parecer nº 389/05:

- da CCJ. Relator Ver. Nereu D’Avila: no qual consta a seguinte conclusão:

“...

Pela procedência do Recurso.”

 

Observações:

- votação nos termos do art. 99 do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 22-08-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Recurso, apresentado pelo Ver. Luiz Braz, quanto à decisão do Presidente desta Casa no que diz respeito à interpretação do art. 173 do Regimento, aplicada durante a votação do Requerimento nº 146/04, em 21 de fevereiro de 2005 – Processo n.º 1.339/05. (Pausa.) O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do Recurso.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu acredito que a votação desta matéria, dando interpretação ao art. 173, é uma discussão necessária para esta Casa, a fim de que nós, nos nossos trabalhos, não venhamos a prejudicar nenhuma das partes envolvidas nos processos que são apreciados, aqui, por todos nós.

Apenas para relembrar os Srs. Vereadores - o Ver. Nereu D’Avila foi Relator na Comissão de Constituição e Justiça desse nosso pedido de apreciação -, votava-se aqui um Veto, sendo necessários 17 votos, porque era matéria do ano passado, para derrubar o Veto. O Ver. Valdir Caetano estava presidindo os trabalhos, e ele não votou. E a matéria, Ver. Ibsen, V. Exª que hoje preside a Comissão de Constituição e Justiça, obteve 16 votos e foi declarada derrotada aqui no Plenário, porque precisava de 17 votos. Quando se verificou no mapa de votação, viu-se que o Ver. Valdir Caetano, que presidia a Sessão, não havia votado. Eu acredito que esse erro, naquela época, o art. 173...

 

(Aparte anti-regimental da Verª Maria Celeste.)

 

O SR. LUIZ BRAZ: Desculpe-me, Sr. Presidente, estou realmente equivocado com relação ao art. 173. Estou encaminhando o Processo anterior. Peço desculpas a V. Exª e peço desculpas à Casa, realmente cometi um erro. (Pausa.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Ver. Luiz Braz, parei seu tempo e tem V. Exª a palavra.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, durante os encaminhamentos, de acordo com o nosso Regimento, podem encaminhar o autor e o Líder ou alguém indicado pela Liderança. Num Projeto que estava sendo votado, aqui nesta Casa, o autor indicou um representante seu e a Liderança podia ter indicado, claro, seu representante. Só que o autor, na nossa interpretação, Ver. João Dib – e V. Exª acena positivamente -, não poderia ter indicado alguém para encaminhar em seu nome. Ele é que poderia, de acordo com o Regimento, somente ele, fazer o encaminhamento, senão essa Bancada poderia ficar com dois encaminhamentos, mas de uma forma incorreta. Por esse motivo, nós apelamos para a Mesa da Casa no sentido de que houvesse uma discussão na Comissão de Justiça para que se pudesse dar uma interpretação ao texto, que diz que podem encaminhar as matérias o autor e os Líderes ou seus representantes. A interpretação da Mesa, naquela oportunidade, foi que esses representantes citados no texto do art. 173 fazem alusão ao autor e também aos líderes. E nós dizíamos para a Mesa que essa representação, na verdade, só caberia à representação das lideranças, e não com referência ao autor da matéria. Então, isso é o que foi discutido na Comissão de Constituição e Justiça, que chegou à conclusão, no Parecer, senão me engano, do Ver. Nereu D'Avila, de que realmente a representação é somente da Liderança. Ou seja, se o Líder não quiser encaminhar, poderá indicar um outro Vereador da sua Bancada; o autor não, o autor não tem o direito de mandar um representante, somente ele poderá fazer o encaminhamento.

Essa foi a matéria discutida na Comissão de Constituição e Justiça e que tem o Parecer favorável ao encaminhamento que nós demos aqui no Plenário, naquela época, Parecer esse de autoria do Ver. Nereu D'Avila, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação do Recurso – Processo nº 1.339/05.

 

O SR. PAULO ODONE (Questão de Ordem): Sr. Presidente, só para explicitar o que nós estamos votando e qual o efeito do que votamos, porque houve o Recurso de uma decisão em que o Presidente da Casa deu a palavra a dois. O Recurso feito é que só o autor pode deferir a palavra a outrem, e esse Recurso recebeu Parecer favorável, inclusive, na Comissão de Constituição e Justiça, só que perguntava aqui e ponho como Questão de Ordem à V. Exª: nós estamos votando esse Recurso, mas ele não tem eficácia nem resultado nenhum, ele perdeu o objeto. É só para marcar a jurisprudência para o futuro, porque essa votação não tem resultado nenhum.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu informo a V. Exª que o Recurso estabelecerá a interpretação do dispositivo. Através do Recurso, se criará uma jurisprudência, melhor dizendo, um precedente administrativo a interpretar a disposição do Regimento.

 

O SR. PAULO ODONE: Eu não vou-me opor ao entendimento de pôr em votação, mas na verdade é um Recurso que não tem mais objeto, a não ser a de uma jurisprudência para o futuro.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Sim. Estabeleceremos, pela Comissão de Constituição e Justiça e pelo Plenário uma interpretação a ser observada, ou seja, um precedente manifestado pela deliberação do Plenário.

O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação do Recurso – Processo nº 1.339/05.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, prezados colegas Vereadores, prezadas colegas Vereadoras, prezado público que nos assiste, eu venho aqui para contribuir com o entendimento dado pelo nosso Presidente no devido momento em que aceitou os encaminhamentos, interpretando o Regimento Interno, no seu art. 173, no dia 21 de fevereiro de 2005. Creio que - o Ver. Paulo Odone trouxe o questionamento - não vai, na verdade, mudar em nada as decisões já tomadas por esta Casa.

Eu não quero, aqui, levar em consideração que possa ser um certo grau de implicação do nosso colega Ver. Luiz Braz com a Bancada dos Trabalhadores; não quero levar isso em consideração. Dito isso, quero justificar como é que foi encaminhado esse Requerimento. Nós encaminhamos o Requerimento em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores. Se foi em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, a nossa Líder, Verª Maristela Maffei, assinou e os outros sete Vereadores da Bancada assinaram, portanto, os oito Vereadores são os autores do Requerimento. Para fazer o encaminhamento do Requerimento como autoria, está qualificado qualquer um dos oito Vereadores, no momento em que apresentamos isso em nome da Bancada. Portanto, um Requerimento em que, por direito regimental, é feita uma defesa e um encaminhamento. Foi exatamente como nós procedemos: a Verª Maria Celeste, em nome da nossa Bancada, veio fazer a defesa do Projeto, fez o encaminhamento da votação do Requerimento n.º 146/04, como autora, em nome da nossa Bancada, em nome dos oito Vereadores – nós assinamos como Bancada. O primeiro nome que veio foi o da nossa Líder, Verª Maristela Maffei. Quem mais deveria fazer a defesa desse Requerimento em nome da Bancada? Qualquer um dos oito Vereadores, excluindo, nesse caso, o nome da Verª Maria Celeste, que já tinha falado. A Vice-Líder da nossa Bancada, outra mulher da nossa Bancada, Verª Sofia Cavedon, veio aqui e defendeu o devido Requerimento. Portanto, nenhum problema legal, nenhum problema administrativo, nenhum problema gerencial. Com toda a segurança o Presidente deu o encaminhamento, conduziu os procedimentos assim colocados.

Sob o ponto de vista deste Vereador, que aqui inicia, Ver. Luiz Braz - não sou um Vereador aqui há cinco mandatos –, estão muito claros essa matéria e esse encaminhamento. Portanto, eu gostaria de não entender isso como um certo grau de implicação com a Bancada dos Trabalhadores, porque nós temos feito isso, inclusive em outros momentos, quando as proposições são feitas em nome das Bancadas. Então, se a proposição é feita em nome da Bancada, assinada pela Liderança - está ali, assinaram o Requerimento a Verª Maristela Maffei e outros -, em nome da Bancada dos Trabalhadores, e os outros somos nós sete, e totalizamos, junto com a Líder, oito Vereadores, estamos todos qualificados a fazer o encaminhamento da votação do devido Requerimento. Nesse sentido, vimos aqui trazer este tema à discussão para clareá-lo de uma vez por todas. Como dizem o Ver. João Dib e outros, não podemos perder tempo com interpretações que possam ser de uma vez decididas e não devemos voltar a repetir discussões que não levam a grandes produtos de qualidade para a Cidade. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para encaminhar a votação do Recurso - Processo nº 1.339/05.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmos. Vereadores, Ver. Elói Guimarães, que inclusive prolatou essa decisão naquela ocasião. Vereador Dib, eu penso que esteve correto o Presidente, e claro que é importante debater para que futuramente nós tenhamos uma linha de trabalho. Porque está certo, Ver. Nereu, e é um fato novo, porque até bem pouco tempo não existia a co-autoria de projetos. Era um autor único. Ao ser criada a co-autoria - e ela está criada no artigo 101, § 4º -, e é interessante ler o § 3º também, que diz que é considerado autor da proposição o primeiro signatário, sendo de apoiamento as assinaturas que seguirem. Isso era o que sempre tinha acontecido, mas agora, Ver. Odone, o § 4º diz que será considerada proposição coletiva aquela em que os signatários manifestarem expressamente a intenção de co-autoria.

O que ocorreu, Ver. Nereu, no caso em questão, não foi um Projeto da Verª Maristela Maffei; foi um Projeto da Verª Maristela e dos demais Vereadores da Bancada.

A Diretoria Legislativa, ao fazer a ementa, colocou: “Verª Maristela Maffei e outros”. Mas esse “e outros” eram os demais Vereadores do PT – do Partido dos Trabalhadores. Portanto, Verª Maristela Meneghetti, todos eram autores. Não era necessário que pelos autores falasse a Verª Maristela. Qualquer um dos signatários poderia falar. Então, falou um dos signatários, pela autoria; não poderiam falar os oito, é evidente. Depois falou outro, Ver. Elói, não como autor; falou o segundo, como representante da Bancada. Onde haveria a ilegalidade? Se o mesmo falasse duas vezes, falasse como autor e em seguida pedisse um tempo de Bancada, aí não poderia, o Regimento é explícito. Se é uma Bancada de um só, por exemplo, pode encaminhar como autor, mas não pode encaminhar como Bancada, ou pode encaminhar como Bancada, mas não pode encaminhar como autor. Não é o caso; neste caso, todos eram autores; qualquer um, portanto, poderia ter encaminhado, como foi feito, e um outro encaminhou como Bancada. Então, está pleno de razão o Ver. Elói; a sua decisão é correta e corresponde ao que o nosso Regimento determina. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Paulo Odone está com a palavra para encaminhar a votação do Recurso-Processo nº 1.339/05.

 

O SR. PAULO ODONE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, nós estamos votando apenas para fixar uma posição da Casa e jurisprudência para situações no futuro – porque não se vai modificar o resultado daquela votação, não é, Ver. Braz? Eu quero chamar a atenção ao seguinte: o que veio como Recurso para a Comissão de Constituição e Justiça foi a irresignação pelo fato de o Sr. Presidente de ter entendido que podia dar a outro Vereador da Bancada, do subscritor que o apoiava, a palavra, em nome do autor, primeiro. Sobre isso, foi muito fácil nos manifestarmos na Comissão de Constituição e Justiça. Lá, unanimemente, a interpretação do art. 173 é de que só o autor pode deferir a outro Vereador a palavra, para fazer em nome dele o encaminhamento, e não a Bancada ou o Líder da sua Bancada. E essa foi a decisão que veio para cá, para votação. Acontece que aqui está sendo questionada, pela Bancada do Partido dos Trabalhadores, que a questão não teria sido essa; que a questão foi que o Projeto seria de autoria coletiva, que os sete Vereadores da Bancada teriam votado. O que eu tenho pelo registro do Legislativo é que não, que houve um autor e que o Projeto teve apoiamento posterior, e o que o Regimento nos diz é que a co-autoria deverá ser expressamente manifestada como vontade de co-autoria. Então, se houver documento com a expressa manifestação de autoria, no futuro, acho que não há duvida, serão co-autores, será coletivo. Mas, se não houver, se houver só apoiamento, vamos continuar com a mesma tese, que é a do Recurso, e que foi acatada pela Comissão de Constituição e Justiça: só ao autor compete outorgar o encaminhamento a outrem. Esta é a questão que estamos decidindo aqui. Já que é só tese, vamos deixar claro. Eu, por exemplo, vou votar que só o autor pode. É claro que se surgir outra situação e quando houver co-autoria manifesta, qualquer dos co-autores é autor. Essa é a situação. Obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Não há mais inscrições para encaminhar.

 

O SR. RAUL CARRION (Questão de Ordem): Eu creio que V. Exª poderia nos dar uma informação que é decisiva nessa votação, se o Projeto que está sendo questionado é um mero apoiamento ou é uma co-autoria de diversos Vereadores, isso esclareceria definitivamente.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Acho que a questão fundamental é o fato de incidência das disposições regimentais. Eu tenho aqui o Processo, em mãos, e aqui estão subscritos vários Vereadores, então, Ver. Luiz Braz, se me afigura que este Requerimento é co-autoria, dado que estão todas as assinaturas aqui. Então, a interpretação deve-se dar em cima do fato de que é co-autoria ou não, ou é apoiamento? Se é co-autoria, a decisão, vênia do entendimento contrário do Presidente, estava correta, agora, se é apoiamento, estava incorreta a decisão da Presidência.

Eu não sei se nós não poderíamos... Vamos submeter à votação? A matéria, parece-me que não está extremamente esclarecida, não sei se...

Eu consultaria o Ver. Luiz Braz. Ver. Luiz Braz, V. Exª gostaria de submeter à votação agora? Poderíamos encontrar uma forma para...

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, olhe, eu acredito o seguinte: o que for melhor para a Casa, eu acho que se não é uma matéria ainda que está completamente entendida, eu acho que deixa sobrestada. Eu acho que seria melhor assim.

 

 O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Exato, até porque verifico que não há quórum.

 

O SR. IBSEN PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, na intenção de contribuir com V. Exª e com o andamento dos trabalhos, eu acho que V. Exª conduz bem uma questão que na aparência era complexa, mas que se tornou singela à vista do Requerimento. É um caso claro de autoria, logo não houve violação da regra de que só o autor pode encaminhar ou deferir. Não tendo havido violação da regra, o problema perde pelo menos temperatura.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h21min.)

 

* * * * *